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Museu de Jerusalém exibe trajetória da Bíblia

Fragmentos originais das bíblias mais antigas do mundo, alguns de quase 2 mil anos, reúnem-se em Jerusalém, em exposição


	Mão folheia a Bíblia: exposição apresenta manuscritos, objetos e documentos impressos que lançam luz sobre o papel desempenhado pelo texto sagrado
 (Stock.xchng/Reprodução)

Mão folheia a Bíblia: exposição apresenta manuscritos, objetos e documentos impressos que lançam luz sobre o papel desempenhado pelo texto sagrado (Stock.xchng/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2013 às 09h33.

Jerusalém - Fragmentos originais das bíblias mais antigas do mundo, alguns de quase 2 mil anos, reúnem-se em Jerusalém, em "O Livro dos Livros", uma exposição que traça o caminho do Judaísmo e do Cristianismo ao longo da história.

Recentemente inaugurada no Museu das Terras da Bíblia, a exposição apresenta manuscritos, objetos e documentos impressos que lançam luz sobre o papel desempenhado pelo texto sagrado na civilização ocidental.

"A exposição é a primeira já feita no mundo que mostra de maneira equilibrada as histórias do Tanach (Bíblia judaica), e do Novo Testamento que compõem a Bíblia cristã", disse à Agência Efe Amanda Weiss, diretora do Museu, que abrigará a exposição até abril de 2014.

Ao longo dos corredores, o visitante percorre de forma cronológica a aparição dos primeiros manuscritos bíblicos, assim como as raízes judaicas do Cristianismo, a propagação da fé monoteísta pelo Mediterrâneo, suas interpretações e posteriores representações.

Uma fraca luz ilumina as vitrines onde estão primitivos papiros escritos em hebraico e aramaico, manuscritos em grego, latim e siríaco dos primeiros séculos de nossa era, assim como volumes medievais que pouco a pouco vão reduzindo seu tamanho até a aparição da impressão, época dourada da difusão bíblica.

"Trata-se de uma combinação incomum de documentos bíblicos e comentários importantes e transcendentais jamais encontrados e reunidos nesta exclusiva exibição", ressalta Weiss.

São mais de 200 obras que vão desde a tradução antiga do Livro para o grego nos primeiros séculos depois de Cristo, até códices iluminados, raros manuscritos judeus da Torá procedentes da famosa Genizá (depósito de livros sagrados em desuso) no Cairo, fragmentos de uma Bíblia de Gutenberg e um volume completo de um de seus discípulos.


O ponto de início é um fac símile de um dos rolos do Mar Morto achados em uma caverna de Qumran, cujos originais estão em Amã e tentam competir com o restante que repousam no Museu de Israel, chamado de "Santuário do Livro".

"Esta é a primeira vez que este texto é apresentado em Israel. Está escrito em hebraico e menciona as regras da comunidade que vivia ali" no século I, explica o responsável do Departamento de Educação do Museu, Jehuda Kaplan.

Outra parada são os fragmentos da Septuaginta (versão da Bíblia hebraica para o grego koiné) com versículos do Êxodo, do Deuteronômio e o Livro de Isaías, reflexo do vínculo inevitável entre o Protocristianismo e o Judaísmo.

"Trata-se das primeiras traduções gregas, tanto da Bíblia hebraica como do Novo Testamento", diz Kaplan sobre estes escritos dos séculos III e IV, descoberto no Egito.

A exposição não consegue responder à grande dúvida de se as primeiras Bíblias cristãs foram escritas diretamente em grego, a língua dos cultos da época, ou traduzidas do hebraico ou aramaico.

São exibidas também duas folhas de uma das 180 bíblias de Gutenberg do ano de 1455, que marcaram o início da "Idade da Imprensa" e a réplica de uma impressão da época.

Figuram, além disso, bíblias de Lutero, outra que pertenceu ao rei Henrique VIII da Inglaterra, dedicada de próprio punho a um parente, e vários volumes da versão popular do rei Jaime I da Inglaterra.

Ressaltam também as ilustradas de quando o texto escapou do controle da Igreja e serviam para educar o povo, como uma que contém passagens da vida de Cristo junto a desenhos relativos ao Antigo Testamento como episódios de Jonas e Sansão.

A exclusiva coleção iniciou em Jerusalém uma viagem que a levará ao Vaticano, uma simbólica jornada que busca contar o que as religiões monoteístas fizeram há dois mil anos.

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