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Mundial de Clubes: 2022 deve ser o último ano no formato atual de disputa

Com 24 equipes e sendo jogado a cada quatro anos, Fifa promete um novo modelo de competição

Taça do Mundial de Clubes: para os clubes europeus, a Uefa Champions League ainda é um torneio mais valorizado e cobiçado que o Mundial de Clubes, pelo nível de dificuldade e faturamento (Fifa/Reprodução)

Taça do Mundial de Clubes: para os clubes europeus, a Uefa Champions League ainda é um torneio mais valorizado e cobiçado que o Mundial de Clubes, pelo nível de dificuldade e faturamento (Fifa/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2022 às 15h25.

A atual edição do Mundial de Clubes, sediada nos Emirados Árabes Unidos e com sete equipes na disputa (os campeões de todas as seis confederações continentais, além do representante do país-sede), deve ser o último torneio neste formato. A Fifa, entidade máxima do futebol, prometeu um novo modelo, com 24 clubes, tendo oito europeus e seis sul-americanos, e sendo disputado a cada quatro anos.

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Essa discussão sobre a nova fórmula do torneio começou em 2019, quando a Fifa anunciou a possibilidade de mudança pela primeira vez. No ano passado, o assunto voltou a repercutir, isso porque o presidente da entidade, Gianni Infantino, esteve presente na premiação do campeão Bayern de Munique, último vencedor da competição, e, na ocasião, afirmou a necessidade de “estimular o futebol de clubes no mundo inteiro”.

Para os clubes europeus, e até mesmo os torcedores, a Uefa Champions League ainda é um torneio mais valorizado e cobiçado que o Mundial de Clubes, pelo nível de dificuldade e faturamento. Um exemplo dessa falta de competitividade está nos campeões das últimas edições. A última vez que um europeu não conquistou o torneio foi em 2012, quando o Corinthians venceu o Chelsea na decisão. Nos últimos 14 anos, os times do velho continente venceram 13 vezes.

Na visão de Eduardo Carlezzo, advogado especializado em direito desportivo, não há dúvida de que a costura para esse novo formato passa por atrair os europeus, que são refratários e dão pouco valor à competição atual. Porém, o especialista também pondera para outra questão envolvida. ”Não podemos esquecer que a atual gestão da FIFA está rompida com a UEFA e que os grandes clubes europeus também romperam com a UEFA após o lançamento da superliga. Portanto, o jogo que se joga também é político”, afirma.

Carlezzo ainda complementa que, esportivamente e financeiramente, é muito interessante ver a chance da elite do futebol mundial reunida para grandes jogos entre clubes. “Acho que tudo isso obviamente redundará em ganhos financeiros maiores a todos os envolvidos, coisa que hoje não é tão relevante no atual modelo, sobretudo para os europeus”, acrescenta o especialista.

Embora essa mudança possa significar uma rentabilidade mais expressiva para os clubes que disputarem a competição, se olharmos o lado esportivo para as equipes sul-americanas, a vantagem já não é tanta. A conquista do Mundial continuará sendo uma missão ingrata, sobretudo porque haverá mais times europeus na disputa, detentores de um poderio aquisitivo maior que os da América do Sul.

A distância das equipes do futebol brasileiro ainda é considerável se comparada com o futebol que é jogado em alto nível na Europa. Em termos de estrutura, nível de investimento e qualidade dos atletas, principalmente quando falamos das principais estrelas do futebol mundial, há uma diferença. Um exemplo disso é a saída precoce de nossos atletas, que mal se desenvolvem aqui, para, posteriormente, brilharem nos grandes times da Europa.

Apesar do novo formato oferecer mais dificuldades aos brasileiros, uma vez que terão mais europeus pelo caminho, o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, não entende como injusto. “Não vou dizer que esse formato seria uma injustiça, porque, de certa forma, ela já existe do ponto de vista econômico, quando falamos de moeda. A moeda na América do Sul vale muito menos que a moeda na Europa, o que já causa desequilíbrio esportivo, embora a mão de obra, qualidade dos atletas na América do Sul seja muito boa, sobretudo no Brasil, Argentina, e em outros países também, como na Colômbia”, completa o dirigente.

Para Júnior Chávare, dirigente de futebol, um ponto de atenção deve ser o impacto do novo torneio em calendários não estruturados, como acontece no Brasil. “Como o Mundial deve ter mais partidas, com possibilidade de haver até uma fase de grupos, isso exigirá mais datas e os clubes podem ser penalizados ainda mais quando forem vencedores e tiverem a possibilidades de disputar o Mundial”.

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