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Morte de um dos primeiros bilionários completa 36 anos

Mesquinho, mulherengo, Paul Getty se tornou referência de sucesso para toda uma geração

Getty foi um dos maiores exemplos de riqueza das gerações passadas, quando as ambições financeiras eram bem menores do que hoje em dia (Creative Commons)

Getty foi um dos maiores exemplos de riqueza das gerações passadas, quando as ambições financeiras eram bem menores do que hoje em dia (Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2012 às 09h04.

São Paulo - Você está preocupado em ganhar logo um milhão de dólares? Com algumas exceções aqui e ali, esse tem sido o sonho da maioria dos homens empreendedores do mundo ocidental e capitalista. Mas que tal mudar o objetivo para um bilhão de dólares? É fácil: basta ser Paul Getty, um dos primeiros homens do planeta a conseguir a proeza.

Getty morreu em 6 de junho de 1976, há exatos 36 anos. E foi um dos maiores exemplos de riqueza das gerações passadas, quando as ambições financeiras eram bem menores do que hoje em dia — e as quantias também.

O segredo dele talvez não tenha sido tão exemplar assim. Afinal, Paul Getty já nasceu rico, numa família dedicada à indústria petrolífera. Mas, quando jovem, estava mais interessado em gastar dinheiro para ter uma vida boa e, sempre, com muitas mulheres. Na década de 1920, em plena juventude (nasceu em 1892), casou-se três vezes (e depois, mais duas) e se revelou um galanteador profissional.

“Só é possível ter uma relação duradoura com uma mulher se você falhar nos negócios”, dizia ele. E seu maior orgulho, conta um dos seus biógrafos, é ter tido um pênis de 23 centímetros.

Apesar dessa fama de playboy de mil façanhas com as mulheres, Getty foi bem mais do que isso. Quando resolveu entrar nos negócios da família, potencializou a fortuna que tinham. Na verdade, conduziu seu próprio negócio e não se dava bem com o pai, George Franklin Getty, que criticava seus casamentos mal sucedidos. A prova disto é que quando morreu, em 1930, o Getty pai deixou como herança para o filho “apenas” 500 mil dólares de um total de 10 milhões que tinha.


Paul não precisava, àquelas alturas, do dinheiro do pai. Tinha aproveitado os anos da depressão norte-americana para adquirir empresas de exploração de petróleo, como a Pacific Western Oil Corporation. Todas elas foram fundidas em 1967 na Getty Oil.

Bem antes disto, no entanto, ele teve o senso de oportunidade para fazer negócio com os árabes. Em 1949, pagou 9,5 milhões de dólares para a IBN Saud para explorar petróleo na fronteira entre a Arábia Saudita e o Kuwait e em 1953 anunciou que já estava produzindo 16 milhões de barris por ano — o que o consolidou como o homem mais rico do mundo naquela época.

Depois disso, foi viver na Inglaterra, onde se dedicou a colecionar objetos de arte e à vida social — mas não parou de ganhar dinheiro. Era, no entanto, um mesquinho célebre. Em 1973 seu neto, John Paul Getty III, foi sequestrado em Roma, mas ele se recusou a pagar o resgate pedido, de 17 milhões de dólares.

Depois de muito negociar, Getty concordou em pagar 2,2 milhões de dólares — o máximo que poderia ser deduzido para efeitos de imposto. O neto ficou com sequelas para a vida toda, tornando-se viciado em drogas e, em 1981, entrou em choque, depois de um coquetel de drogas, do qual saiu mudo, praticamente cego e com paralisia parcial — e morreu, aos 54 anos, em 2011. O avo bilionário viveu nas Ilhas Britânicas até 83 anos de idade.

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