Patricio Echegaray: nascido na província de San Juan, Echegaray trabalhou como professor e se tornou dirigente docente nos anos 70 (Patricio Echegaray / Facebook/Reprodução)
EFE
Publicado em 10 de agosto de 2017 às 14h45.
Buenos Aires - O histórico dirigente do Partido Comunista da Argentina, Patricio Echegaray, secretário-geral da legenda desde 1986, morreu em Buenos Aires aos 70 anos "vítima de uma longa doença" e seu corpo será velado nesta quinta-feira na sede do partido.
"A vida de Patricio foi de entrega e compromisso com o horizonte revolucionário para o nosso país e o mundo. Foi a vida de um internacionalista abnegado, que sempre brindou solidariedade a todo o povo que a necessitava", destacou o Partido Comunista em uma mensagem no Facebook, após confirmar a morte do dirigente nesta madrugada.
Para a legenda, Echegaray foi "um dos maiores, honestos e lúcidos dirigentes revolucionários da esquerda argentina e latino-americana".
Várias organizações políticas e sindicatos de esquerda transmitiram suas condolências, como foi o caso da Central de Trabalhadores da Argentina, que destacou o trabalho do político como "docente, militante e lutador incansável".
Por sua vez, a Federação Juvenil Comunista (Fede), à qual se filiou em 1964, se despediu no Twitter com um "até mais, camarada".
"Em sua honra, nem um segundo de tristeza, toda uma vida de combate", acrescentou.
Nascido na província de San Juan (oeste), Echegaray trabalhou como professor e se tornou dirigente docente nos anos 70.
Seu vínculo com o partido começou oficialmente em 1964, quando se filiou à Fede, onde, após o golpe de Estado 1976, começou a cumprir tarefas dentro do aparelho partidário até que, em 1980, se tornou secretário-geral da Juventude Comunista.
Echegaray também foi dirigente sindical de operários e funcionários públicos e fez parte da Direção da Confederação Geral do Trabalho (CGT), atividades pelas quais foi detido durante o governo de Juan Carlos Onganía (1966-1970).
Segundo a agência estatal "Télam", em 1989, já à frente do Partido Comunista, conduziu a virada "à esquerda" da legenda, um processo que incluiu um novo olhar sobre figuras da esquerda mundial como Che Guevara, com as quais o comunismo argentino tinha tido diferenças em questões como a luta armada nos anos 60 e 70.
Foi interlocutor habitual do líder revolucionário cubano Fidel Castro e do salvadorenho Schafik Hándal.
Promoveu a unidade de forças da esquerda no país e foi eleito legislador em 2000 através da coalizão Esquerda Unida, de onde, nos últimos anos, apoiou as políticas sociais e de direitos humanos do kirchnerismo.