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Morre arquiteto Oscar Niemeyer aos 104 anos no Rio

Estado de Niemeyer apresentava sinais de piora desde a terça-feira, segundo médico do arquiteto


	O arquiteto acordou com dificuldade para respirar e faleceu às 21h55 
 (Leonardo Marinho / Contigo)

O arquiteto acordou com dificuldade para respirar e faleceu às 21h55  (Leonardo Marinho / Contigo)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2012 às 23h10.

Rio de Janeiro - O arquiteto carioca Oscar Niemeyer morreu aos 104 anos, na noite desta quarta-feira, no Rio de Janeiro, devido a uma infecção respiratória, afirmou o hospital onde estava internado desde o dia 6 de novembro.

Niemeyer morreu às 21h55. Na manhã desta quarta-feira teve dificuldade para respirar devido a um quadro de infecção respiratória, mas o arquiteto se manteve lúcido até o dia de sua morte.

"Ele tinha uma obsessão pelo trabalho. Ele sempre falava muito que precisa voltar para o escritório logo, que ele tinha projetos atrasados. Então acho que isso fez ele chegar tão longe, e ele tinha esse entusiasmo que ele nunca perdeu", afirmou o sobrinho Paulo Niemeyer a jornalistas na porta do hospital, pouco depois da morte.

O arquiteto foi internado com problemas renais e hemorragias digestivas no início de novembro, mas desde terça-feira seu estado de saúde vinha se deteriorando.

"Oscar Niemeyer vinha desde ontem (terça) já apresentando sinais de piora, piora do exame laboratorial, infecção respiratória. Hoje pela manhã apresentou insuficiência respiratória, teve quer se entubado, ventilado por aparelho. E agora à noite ele não tolerou e veio a falecer", afirmou a jornalistas o médico Fernando Gjroup.


Segundo o médico, cerca de dez familiares estavam com o arquiteto no momento de sua morte.

"Foi uma lástima. O Oscar para mim foi o maior artista brasileiro não só como arquiteto, mas como escultor, escritor, muito sensível", disse a mulher dele, Vera Lúcia Cabreira.

Essa foi a terceira internação de Niemeyer neste ano. O arquiteto, que completaria 105 anos no dia 15 de dezembro, foi internado em maio com infecção respiratória e desidratação. Voltou ao hospital em outubro após se sentir mal e ter nova desidratação.

"Ele tinha horror (da morte) e por isso mesmo nós fomos tão longe no tratamento, porque ele esteve sempre acordado, lúcido e nunca quis desistir", disse Paulo Niemeyer.

Nascido em 15 de dezembro de 1907, ficou famoso pelos projetos que se tornaram cartão-postal de Belo Horizonte, no bairro da Pampulha, nos anos 1940, e de Brasília, dez anos mais tarde, com a construção da nova capital federal.


A Presidência da República informou que Niemeyer será velado no Palácio do Planalto, em Brasília, e que a previsão de chegada do corpo à capital federal é na tarde de quinta-feira.

A presidente Dilma Rousseff afirmou em nota que "o Brasil perdeu hoje um dos seus gênios".

"A sua história não cabe nas pranchetas. Niemeyer foi um revolucionário, o mentor de uma nova arquitetura, bonita, lógica e, como ele mesmo definia, inventiva. O Brasil perdeu hoje um dos seus gênios. É dia de chorar sua morte. É dia de saudar sua vida." O governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, decretou três dias de luto oficial no Estado.

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