Airon Martin, da Misci: alfaiataria com ar brasileiro e contemporâneo (Misci/Divulgação)
Repórter de Casual
Publicado em 24 de janeiro de 2024 às 07h43.
Última atualização em 24 de janeiro de 2024 às 09h05.
Há um ano, Airon Martin inaugurava a segunda loja da Misci, no shopping Cidade Jardim, em São Paulo. A marca, destaque na atual geração por abraçar a brasilidade através de suas roupas, acessórios e mobiliário, anuncia a abertura do terceiro ponto na capital paulista.
Localizada na Alameda Lorena 1601, esta será a maior loja da Misci até o momento. A grande novidade deste novo empreendimento é o showroom para o atacado no segundo andar.
O projeto da nova loja foi concebido pelo arquiteto Gabriel Contreira, que tem sido parte integrante da Misci desde o início e já deixou sua marca no projeto da loja do shopping Cidade Jardim.
"Este projeto representa um marco importante para a Misci. Queremos oferecer mais do que moda; queremos proporcionar uma experiência única que vá ao encontro de nossos valores de sustentabilidade e inovação", diz Martin.
O estilista mato-grossense começou a marca ainda quando cursava design no Istituto Europeo di Design (IED), em São Paulo. “As pessoas gostavam do que eu fazia e me chamavam para participar de projetos. Eu montei um estúdio dentro da faculdade para fazer mobiliário no início, depois fui para vestuário”, conta. Em 2018 lançou a primeira coleção, poucas peças sem gênero, uma cadeira e uma banqueta, à venda na multimarca Cartel 011.
Durante um ano, o estilista apenas manteve as peças à venda, sem lançar novas coleções. “Trabalhei apenas posicionamento para que o formador de opinião entendesse minha ideia, o que eu queria para a marca. Depois lancei mais uma coleção pequena. Durante dois anos então fiquei nessa de pouco produto e muito storytelling.”
Em 2020 ele começou a investir em produtos, tanto em volume como portfólio. Cerca de 95% da matéria prima que usa é nacional. Apenas aviamentos são importados. “Quero mostrar a potencialidade da indústria nacional”, diz.
A Misci participa da São Paulo Fashion Week, mas é menos suscetível a tendências. Os produtos permanecem em linha, com adaptações. “Não posso esquecer que no fim do dia também preciso vender”, diz. Ele diz que sentiu de seu público uma demanda maior por peças mais fluidas, amplas. “Meu corte é mais estruturado, mas entendo os movimentos do mercado.”
Para onde Martin quer levar sua marca? No futuro próximo, seu investimento será na linha feminina. “Hoje meu público é dividido ao meio entre feminino e masculino, mas estou ainda em um processo de maturação da marca, até para entender para onde vamos daqui dois, três anos.”