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Moda futurista: a volta dos tênis impressos em 3D

Nike, Adidas e Puma retomam a impressão 3D em busca de desempenho e diferenciação no mercado esportivo

Nike: lançamento de Air Max 95000 impresso em 3D (Nike/Divulgação)

Nike: lançamento de Air Max 95000 impresso em 3D (Nike/Divulgação)

Publicado em 6 de novembro de 2025 às 06h15.

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Depois de um breve auge nos anos 2010, os tênis impressos em 3D voltam a ganhar espaço nas vitrines e laboratórios das grandes marcas esportivas. O que antes parecia uma promessa futurista, mas cara e pouco prática, agora ressurge com novas tecnologias e a ambição de unir design, conforto e inovação.

A Adidas deu o primeiro passo em maio, com o Climacool 24, modelo slip-on de US$ 140. Pouco depois, a Puma apresentou o 3D Mostro, feito em colaboração com o artista A$AP Rocky, vendido por cerca de US$ 250. As duas apostas sinalizam um novo momento da impressão tridimensional no setor esportivo.

Em outubro, a Nike também entrou na disputa. Durante o festival ComplexCon, que celebra cultura sneaker, música e inovação, a marca exibiu o Air Max 95000 — tênis totalmente impresso em 3D, desenvolvido em parceria com a startup alemã Zellerfeld. O lançamento, previsto para 28 de novembro, recria um modelo clássico da marca e marca o início de uma nova era para o design esportivo.

“A Nike Air sempre teve como objetivo ultrapassar limites e inspirar a próxima geração. O Air Max 95000 dá vida a essa inspiração por meio de inovações que proporcionam criatividade e oportunidades de autoexpressão”, afirmou Brittany Shelton, vice-presidente de Gestão de Marca da Nike na América do Norte.

Para garantir conforto, as marcas apostam em materiais como o poliuretano termoplástico (TPU) — já usado em entressolas e solados de tênis convencionais —, que reduz o desconforto nos pés e melhora o desempenho. Outra técnica de destaque é a impressão em resina líquida, que endurece sob a luz, oferecendo maior precisão e durabilidade.

O que impediu o sucesso da primeira geração

Na primeira tentativa de popularização do vestuário 3D, a tecnologia esbarrou em limitações de produção. As impressoras eram lentas, pouco adaptáveis e incapazes de atender a uma escala comercial ampla. Além disso, o custo elevado dos equipamentos e dos materiais restringia a viabilidade do negócio.

A Adidas chegou a lançar o Ultra 4D, mas descontinuou o modelo pouco depois. Para que a nova onda tenha mais fôlego, as empresas agora trabalham para superar os mesmos desafios — especialmente o tamanho das impressoras, que ainda limita a produção de numerações maiores.

Em entrevista ao Business of Fashion, um representante da Zellerfeld afirmou que a companhia se prepara para o aumento da demanda, com 200 impressoras operando na Alemanha e planos de expansão para uma nova unidade no Texas, nos Estados Unidos.

A tendência também reflete o avanço da moda tecnológica. Peças como as roupas da Coperni, capazes de liberar probióticos na pele, mostram que o público está cada vez mais aberto à fusão entre inovação e estilo — e o mesmo movimento começa a atingir o universo dos sneakers.

Com isso, o próximo passo de gigantes como Nike e Adidas deve ser levar os tênis 3D ao desempenho esportivo, adaptando-os para corrida e treinos. A estratégia reforça a presença das marcas no mercado de bem-estar, que movimenta cerca de US$ 170 bilhões globalmente, segundo dados da Sports Revenue.

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