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Moda, arte e ingressos à venda: a 54ª edição da São Paulo Fashion Week

Com as apresentações divididas em dois locais, No Komplexo Tempo, na zona leste de São Paulo, e no shopping Iguatemi, serão 5 desfiles digitais e 43 desfiles presenciais

Paulo Borges, fundador e idealizador da SPFW. (Divulgação/Divulgação)

Paulo Borges, fundador e idealizador da SPFW. (Divulgação/Divulgação)

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Julia Storch

Publicado em 16 de novembro de 2022 às 16h12.

Fashion films, desfiles fora da Bienal do Ibirapuera, do Rio de Janeiro ao metaverso, marcaram as últimas edições da São Paulo Fashion Week. A edição número 54 do evento, que começa hoje (16), teve um salto em comparação com a edição passada, realizada em junho. Novamente com as apresentações divididas em dois locais, desta vez no Komplexo Tempo, na zona leste de São Paulo, e no shopping Iguatemi, serão 5 desfiles digitais e 43 desfiles presenciais, 21 apresentações a mais desde a última edição.

Quatro marcas estreiam nesta edição: Greg Joey, do estilista Lucas Danuello, Heloisa Faria, que trabalha técnicas de moulage, Mauricio Duarte, com criações pintadas a mão e a Buzina, da estilista portuguesa Vera Fernandes, que se destaca pelo seu trabalho em sustentabilidade e coleções limitadas e personalizadas. Com um desfile especial, a Ellus celebrará nesta edição os 50 anos da marca.

"A gente está conseguindo agora, com o retorno efetivo dos eventos presenciais, realizar o festival ocupando territórios na cidade. A gente está indo pra Mooca, né? Já tivemos uma experimentação na temporada passada com uma sala de desfiles, mas agora temos oito galpões, que eram industriais, e têm uma história muito grande com a cidade de São Paulo e com a indústria da moda", comenta Paulo Borges, fundador e idealizador da SPFW.

O tema "IN.PACTOS", que batiza a edição, pretende discutir além da moda, criatividade, sustentabilidade, inovação e arte. Este último tema, inclusive, tem participação e curadoria de Carollina Lauriano, que trará um olhar da arte contemporânea para a moda a partir de coletivos de artistas racializados, indígenas e
trans a fim de discutir questões de identidades e pertencimento, transformando o entorno do Komplexo Tempo em uma galeria a céu aberto.

"Carollina trouxe jovens artistas com protagonismo na arte contemporânea, na arte de rua e em várias plataformas. Em parceria com a Secretaria de Cultura, temos um projeto museu de arte de rua, é um museu a céu aberto que traz o grafite e painéis pintados por artistas de várias localidades do Brasil. Sempre pensando também no recorte de racializados, indígenas e trans, para criar um corredor criativo", diz Borges.

“Minha participação nessa edição da SPFW se baseia em trazer um olhar da arte contemporânea para a moda, apresentando artistas/es que tem práticas que se aproximam da moda, a fim de discutir identidades e pertencimento. Se até hoje a sociedade Brasil ainda vive sob um pacto colonial que oprime maiorias minorizadas, quais são os novos pactos que devemos criar para um futuro mais plural e qual a responsabilidade da moda nesse contexto? É sobre isso que estou interessada em discutir”, explica Lauriano.

Além disso, pela primeira vez, o evento passou a vender ingressos, que se esgotaram no início das vendas. Os ingressos comprados permitem a entrada em todas as áreas de ativações, exposições, bares, restaurantes, desfiles abertos, com valores de R$ 50 a R$ 1.540.

"Nossa expectativa de público é de quinze a vinte mil pessoas presenciais, mas tem a a grande questão do digital, com a transmissão em todas as plataformas digitais, que tem um alcance exponencial", diz Borges.

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