Missy Elliot lançou os singles "9th Inning" e "Triple Threat", recentemente, em parceria com Timbaland (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2012 às 10h48.
São Paulo - Por onde anda Missy Elliott, unanimidade entre gregos e troianos no universo hip-hop, autora de hits geniais, rimas impagáveis, detentora de um sex-appeal tão carnudo e voluptuoso quanto suas batidas?
"Todo mundo pensa que eu sumi do mapa. Mas estive por trás da cena, produzindo e participando de discos de novos artistas", conta, antes de enumerar os que amadrinhou: Keyshia Cole, Jazmine, Demi Lovato, Fantasia, Monica, Jennifer Hudson... É uma extensão de carreira comum no jogo do rap, e Missy tem emprestado seu brilho de veterana a novos artistas com eficiência, emplacando boa parte de suas participações entre as dez mais da Billboard americana.
Mesmo assim, fica a pergunta: por onde anda Missy Elliott em uma era que tem como principal rapper feminina Nicki Minaj, artista brilhante, porém dona de uma estética divisora, tão frenética quanto assustadora em sua mistura de sexualidade crua, animes japoneses e "O Exorcista"?
A pergunta é retórica e não tem o intuito de pregar nostalgia pela primeira metade dos anos 2000, era que também deixava fãs de hip-hop nostálgicos por outras épocas. Mas a ausência de uma rapper tão carismática, que agrade a crítica e público, modernos e conservadores, é clara hoje em dia. E, no mínimo, nos faz lembrar dos idos em que "Work It", o cômico, obsceno e contagiante megahit de Missy, dominava o rádio.
"Venho de uma outra era", reflete a rapper, que prepara um novo disco e se apresenta no Rio, neste sábado, como parte da programação do festival Back2Black. "Mas penso também nas eras que vieram antes de mim. As coisas são diferentes hoje em dia. Isto talvez seja algo positivo porque o hip-hop é mais popular do que nunca. Mas talvez haja falta de criatividade e originalidade, aquela raiz do hip-hop. Mas cada um com a sua. Sempre penso que a música que as crianças escutam é diferente da música que seus pais escutam. Quando você é de outros tempos, é fácil ser saudosista. Mas o hip-hop cresce. Não para", completa ela.
Missy lançou os singles "9th Inning" e "Triple Threat", recentemente, em parceria com Timbaland, o revolucionário produtor, famoso por suas batidas que evitavam samples e elementos de música eletrônica. São as primeiras faixas de um novo disco da dupla, que Missy disse estar 90% completo, e deve sair no ano que vem.
Programação - Além de Missy Elliot, a programação do festival Back2Black conta também com a veterana cantora Lauryn Hill, que atrasou duas horas em seu último show no Brasil. Lauryn toca na primeira noite, com Martinho da Vila, a revelação do soul nigeriano Nneka e Jupiter Okwess, o percussionista e cantor do Congo. Nas outras noites, o trompetista Hugh Mesekela, que fez bom show na edição londrina do festival, Naná Vasconcelos, Gal Costa e a excelente cantora do Mali Fatoumata Diawara estão na programação. A cantora americana de soul Santigold encerra o festival.