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Miró estreia com fila longa no Instituto Tomie Ohtake

Uma pequena fila se fazia apenas na bilheteria da instituição, onde as pessoas compram o ingresso de R$ 10 para a exposição


	Uma pequena fila se fazia apenas na bilheteria da instituição, onde as pessoas compram o ingresso de R$ 10 para a exposição
 (Emmanuel Dunand/AFP/Reprodução)

Uma pequena fila se fazia apenas na bilheteria da instituição, onde as pessoas compram o ingresso de R$ 10 para a exposição (Emmanuel Dunand/AFP/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2015 às 11h52.

São Paulo - O fluxo de visitação da mostra Joan Miró - A Força da Matéria em seu primeiro dia para o público no Instituto Tomie Ohtake foi intenso neste domingo, 24.

Entretanto, tranquilo. Uma pequena fila se fazia apenas na bilheteria da instituição, onde as pessoas compram o ingresso de R$ 10 para a exposição (às terças-feiras, a entrada será gratuita).

Dentro do instituto, não havia aglomeração nas duas amplas salas dedicadas à apresentação de 112 obras do surrealista, um dos artistas mais populares em todo o mundo.

Apenas no período da manhã, quando a exibição foi aberta às 11h, o movimento foi massivo, segundo funcionários do local.

Os visitantes podiam apreciar sem empecilhos o grande conjunto de pinturas, esculturas e gravuras do catalão, nascido em Barcelona, em 1893, e morto em Palma de Mallorca, em 1983.

As peças, apresentadas agora no Brasil, foram realizadas por ele entre as décadas de 1930 e 1980 e pertencem aos acervos da Fundação Joan Miró de Barcelona e da família do espanhol.

"Vim para São Paulo para ver a exposição", contou a advogada Marlene Brandão, de 34 anos, que mora em Campinas. "Nunca tinha visto uma mostra do Miró, mas tenho um amigo das artes plásticas que é muito influenciado por ele", continuou a visitante.

Ao lado da obra Mulher Sob o Luar, de 1970, Marlene comentou que lhe chamava a atenção a maneira como o pintor, escultor e gravador criava "figuras ambíguas de mulheres e pássaros".

"Tem uma referência à liberdade". Sobre a cobrança do ingresso - é a primeira vez que o Instituto Tomie Ohtake cobra entrada para uma exposição - a advogada achou o preço "justo, acessível".

Já para Raquel Brunstein, de 74 anos, "Miró fala muito da ingenuidade" em suas criações. "Ele tem muita pureza e a ingenuidade de uma criança. Sinto isso e me faz falta", expressou.

"Suas pinturas e esculturas parecem brincadeiras, não falo isso no sentido de baratear sua obra. É como se ele enxergasse o mundo com olhos mais puros e por isso prefiro ele a Picasso, apesar deste último ter sido um revolucionário", disse ainda Raquel, que estava acompanhada do marido, Oswaldo Brunstein, de 83 anos.

"É um grande mistério qualquer arte, a busca de elementos que digam sobre a beleza do mundo e que nos ajude a ver", maravilhava-se Oswaldo, de São Paulo.

"Conhecia Miró, mas só vindo a uma exposição dele para ver que ele tinha um ponto de vista diferente", afirmou a estudante Bruna Kamei, de 19 anos.

Ainda no cursinho, preparando-se para estudar arquitetura, ela destacou a descoberta de uma tela na qual Joan Miró criou uma composição com seus livres traços sobre uma pintura de paisagem antiga comprada no mercado de antiguidades.

O Instituto Tomie Ohtake, que bateu seu recorde de público com a exposição de outro surrealista espanhol, Salvador Dalí, vista por 537.754 pessoas entre outubro de 2014 e janeiro deste ano, não anunciou o número de frequentadores de Joan Miró - A Força da Matéria até o fechamento da reportagem.

A mostra, um dos grandes destaques de 2015, ficará em cartaz em São Paulo até 16 de agosto, seguindo depois para o Museu de Arte de Santa Catarina, em Florianópolis, onde poderá ser vista de 2 de setembro a 14 de novembro.

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