Prêmios Emmy: após um ano ausente, "Game of Thrones" parte com o maior número de indicações (Getty Images/Getty Images)
AFP
Publicado em 17 de setembro de 2018 às 12h10.
Última atualização em 17 de setembro de 2018 às 12h23.
Hollywood se prepara para cerimônia que celebra os melhores da televisão, nesta segunda-feira, nos prêmios Emmy.
Após um ano ausente, "Game of Thrones" parte com o maior número de indicações e o favoritismo para dominar a disputa. Já ganhou sete estatuetas em categorias técnicas.
Mas, além dos vencedores, existem outros aspectos que dominarão a noite.
O movimento #MeToo começou pouco após o Emmy do ano passado, e há grandes chances de o tema ser abordado na cerimônia deste ano, sobretudo depois da renúncia do presidente da emissora CBS, Les Moonves, por uma onda de acusações sexuais.
Programas com tramas sobre mulheres como "The Handmaid's Tale", "The Marvelous Mrs Maisel" e "The Crown" estão entre as favoritas.
Embora este mês o Women's Media Center tenha redigido um relatório destacando que os homens levaram 70% das indicações sem ser de atuação, chegando a 94% nas de direção, este número é consideravelmente menor do que os 90% de 2017.
Com as estrelas de "Saturday Night Live" Colin Jost e Michael Che conduzindo a cerimônia, e Alec Baldwin mais uma vez indicado por sua interpretação do presidente Donald Trump, é muito provável que o evento deste ano seja, novamente, muito político.
Jost disse à revista Vanity Fair que ele e Che esperavam fazer um show "menos político do que o normal", mas se as outras cerimônias servem de termômetro, será difícil evitar o tempero anti-Trump na capital do entretenimento, que também é um reduto democrata.
Nos prêmios Tony, que reconhecem os melhores do teatro, Robert De Niro recebeu uma grande ovação por usar um impropério para condenar Trump. No Oscar, em fevereiro, o diretor mexicano Guillermo del Toro fez um chamado aos imigrantes.
Em julho, a gigante da televisão por streaming finalmente se impôs no número de indicações contra a HBO (112 a 108). Mas será que isso se traduzirá necessariamente em mais troféus?
No ano passado, a HBO levou 29 Emmys e a Netflix, 20.
Depois dos Creative Arts Emmys - cerimônia anterior à festa principal que premia as categorias técnicas, realizada há alguns dias -, a HBO saiu com uma vantagem mínima: 17 a 16.
A HBO tem "Game of Thrones" e "Westworld" como seus principais competidores, enquanto a Netflix vai com "The Crown", "Stranger Things" e "GLOW".
Adorada pela crítica, "The Americans" - série sobre espiões soviéticos nos Estados Unidos durante a Guerra Fria - recebeu 18 indicações ao longo de suas seis temporadas.
Mas até agora levou apenas duas estatuetas, ambas para a atriz convidada Margo Martindale.
Os protagonistas da série, Keri Russell e Matthew Rhys, foram indicados este ano pela terceira vez. Será que algum deles, ou os dois, poderá comemorar o Emmy, como fez Jon Hamm no final de "Mad Men"?
As previsões do site especializado Gold Derby colocam Rhys como o favorito, enquanto Russell aparece somente no quarto lugar, atrás da vencedora do ano passado, Elisabeth Moss ("The Handmaid's Tale"), de Claire Foy ("The Crown") e Sandra Oh ("Killing Eve").
Na parte da comédia do Emmy, e com "Veep" fora da disputa, a série de Donald Glover "Atlanta" pode ser a grande premiada da noite.
No ano passado, Glover ganhou duas estatuetas por atuação e direção, após vencer dois Globos de Ouro igualmente por este show sobre a indústria do rap na capital da Geórgia.
Tem sido um ano de grandes sucessos para o talentoso artista de 34 anos, que canta com o pseudônimo de Childish Gambino e levou um Grammy em janeiro de melhor apresentação tradicional R&B.
Gambino "quebrou" a Internet na primavera (no hemisfério norte) com o lançamento de seu polêmico single "This is America", com um intenso videoclipe. Também atuou no último filme de "Guardiões da Galáxia" e "Han Solo: uma história Star Wars". E, na semana passada, lançou uma turnê pelos Estados Unidos.
Mais dois Emmys, incluindo o de melhor comédia, poderiam ser a cereja do bolo para o seu 2018.