Repórter de Lifestyle
Publicado em 17 de agosto de 2024 às 15h39.
O Descorchados é um consolidado guia de vinhos que traz, anualmente, avaliações de rótulos da Argentina, Chile, Uruguai, Brasil, Peru e Bolívia. Na edição de 2024, foram mais de 4.000 vinhos degustados de mais de 230 vinícolas argentinas, 210 chilenas, 35 vinícolas uruguaias , 40 brasileiras, 20 vinícolas peruanas e 5 vinícolas bolivianas.
No recorte feito apenas com vinhos brancos do Brasil, dois rótulos receberam a pontuação de 92: o L.A. Cave 2021, da vinícola Luiz Argenta, e o Magmatic 2022, da Arte da Vinha.
O guia Descorchados está à venda por R$ 295. Cada volume é separado por região, sendo um dedicado à Argentina e outro ao Chile. O terceiro é uma união entre Brasil, Uruguai, Bolívia e Peru.
No recorte feito apenas com vinhos tintos brasileiros, 24 estão entre os melhores (veja mais abaixo). A primeira colocação foi dividida entre dois rótulos que receberam 93 pontos – em uma escala que vai até 100. Foram os melhores o Baron Assemblage 2020, da Adolfo Lona, e o Sacramentos Sabina 2023, da Sacramentos Vinifer.
Na edição de 2024 do Descorchados, dois rótulos da Argentina ganharam, pela primeira vez em 26 anos da publicação, 100 pontos. "Não foi uma iluminação divina. Foi algo muito pensado e muito trabalhado", resume Patricio Tapia, jornalista que há décadas cobre o setor e criou o guia.
Os dois rótulos são de vinícolas extremamente conhecidas e que há anos se dedicam à elaboração vitivinícola: Zuccardi e Catena. A dupla tem em comum se dedicar na extração do que há de melhor da uva Malbec. Receberam a pontuação máxima do Descorchados o Finca Piedra Infinita Supercal 2021, da Zuccardi, e o Adrianna Vineyard Mundus Bacillus Terrae 2021, da Catena.
Segundo Patricio Tapia, o que fez com que os dois vinhos atingissem a nota mais alta no guia foi um conjunto de fatores, mas o principal deles é o trabalho por trás da uva Malbec. "Tivemos um ano espetacular para a elaboração de vinhos no ano de 2021. Além disso, eu creio que está em um momento de investigação do terroir, de tirar da uva e da região tudo o que ela tem de melhor", diz.
O vinho da célebre vinícola Catena é feito na região de Mendoza a cerca de 1.400 metros acima do nível do mar, ao norte do Vale do Gualtallary. O que mais chama a atenção neste rótulo é que ele não é envelhecido em barris de madeira, mas em tanques de concreto, processo feito pela primeira vez desde 2011. Isso tirou dele o aroma de madeira, mas conferiu uma explosão de aromas mais minerais e salinos. No Brasil chega importado pela Mistral.
O rótulo é elaborado na região de Altamira a cerca de 1.100 metros de altitude. O experiente enólogo Sebastián Zuccardi teve a ideia de eliminar toda a doçura do Malbec, recorrendo a colheitas precoces e solos ricos em cal. Isso tudo resultou em aromas extremamente florais e frutados, nada pesado. No Brasil é importado pela Grand Cru.