Meditação: benefícios além do óbvio (Corall Consultoria/Shutterstock)
Daniel Salles
Publicado em 30 de novembro de 2020 às 10h08.
Última atualização em 4 de dezembro de 2020 às 16h58.
Eu sei que para algumas pessoas pode parecer raso ou até irrelevante considerar meditação como ferramenta para alta performance. Parte dessa crença decorre de um preconceito ao qual todos estamos sujeitos, já que nossa cultura enxerga a meditação por suas influências históricas e pela proliferação desta técnica por pessoas falando sobre o tema sem a devida formação e preparo.
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Essa coluna será nosso cantinho aqui na Exame não apenas para refletirmos sobre a seriedade do assunto, mas para testemunharmos, através de nossos artigos e entrevistados, como podemos através da meditação, construir uma atitude que nos ajuda a chegar ao máximo de nosso potencial.
Comecei na meditação em 2005. E desde 2007 treino executivos e atletas que querem aprimorar seu desempenho. Nesses treinamentos práticos pude ajudar meus alunos a alcançar resultados palpáveis em suas vidas, como conquistas de campeonatos, aumento de faturamento, aprimoramento da liderança, entendimento sobre valores e propósitos pessoais, crescimento do negócio, entre outros.
É notório que as pessoas são distintas por um universo de motivos: educação, acesso à cultura e informação, contexto social, valores apreendidos dos pais, e por aí vai. Entretanto, afirmo categoricamente: a meditação em suas variadas técnicas é capaz de treinar qualquer pessoa e fazê-las assumir uma atitude que pode mudar e potencializar a qualidade de sua realidade.
O que estaria então por trás dessa técnica que proporciona motivação interna, potencializa o foco, a disciplina em suas carreiras, e que reverbera na vida pessoal? Existem muitas camadas e nuances que são estimuladas nesse processo, a cada artigo desta coluna vamos juntos aprofundar o conhecimento sobre eles. Mas existem dois conceitos que são extremamente importantes para a jornada de autoconhecimento, e que serão nosso norte inspiracional: Bhåva, que pode ser traduzido do sânscrito como “sentimento profundo”; e Sankalpa, que é “a intenção”.
Eles estão presentes na meditação como trilhos que definem o caminho do treino, sua intensidade e finalidade e quando incorporados ao dia a dia, são componentes que realmente diferenciam o nível de sucesso entre as pessoas. Alguns já têm essas características em sua personalidade, e podem potencializá-los, outros precisam desenvolvê-las e, para isso, é preciso treinar, encarar e superar limitações internas. Normalmente é aí que entra o meu papel como treinador: inspirá-los a vencê-las.
Nesses 15 anos como professor de meditação, uma coisa que ficou muito clara para mim é que nossas limitações são fruto da autoimagem, isto é, são fruto da percepção que temos a nosso respeito, não reflete a realidade em si. Temos muito mais potencialidade do que acreditamos, só precisamos encontrar o caminho para acessá-las e deixá-las fluir. E, para isso, bháva e sankalpa são os temperos que fazem a diferença! E através da meditação podemos desencadeá-los.
Falaremos de forma mais aprofundada sobre esse e outros conceitos na medida em que nosso papo aqui na coluna evoluir. E claro, honrando meu papel de professor, não poderia encerrar esse texto sem provocar vocês a embarcarem nessa jornada, a conhecerem nossos convidados, a olharem para dentro e estimularem suas melhores atitudes.
Meditação precisa de disciplina diária. Bora treinar, pois a sua atitude realmente pode mudar tudo.
Thi Arruda é professor de meditação para alta performance e estudioso de tradições orientais
Um sonhador, que acredita que a vida é o lugar para evoluir e transformar sonhos em realidade