Gabriel Leone como Ayrton Senna em Senna. (Kurt Iswarienko/Netflix/Divulgação)
Repórter de Casual
Publicado em 14 de novembro de 2024 às 06h27.
Última atualização em 14 de novembro de 2024 às 11h08.
No início deste ano, Gabriel Leone colocava o macacão e entrava em um carro de corrida para interpretar Alfonso de Portago, piloto espanhol que representou a escuderia Ferrari e morreu durante a corrida Mille Miglia, em 1957. Durante as gravações na Itália, Leone soube que havia passado no teste para viver a história de outro piloto, desta vez o ícone brasileiro Ayrton Senna.
A minissérie de seis episódios é a mais cara já produzida pela Netflix Brasil e apresenta não apenas as vitórias de Senna nas pistas, mas as vulnerabilidades e os medos do piloto. Em entrevista, o ator conta sobre o processo de preparação para a série.
A minisérie foi filmada durante seis meses no Brasil, Argentina, Uruguai, Reino Unido e Mônaco. Envolveu uma equipe de mais de 3 mil pessoas de 8 países e um elenco total de 231 atores e atrizes de 9 países, representando 18 nacionalidades, além de mais de 14 mil figurantes. A série teve um desenho de produção complexo, com reconstituição de época e de um esporte muito específico, rico em detalhes.
Gabriel Leone conversou com EXAME Casual sobre os desafios e experiências de interpretar um personagem brasileiro icônico.
Este é o segundo filme que interpreta um piloto. O que levou da experiência de Ferrari para Senna?
Recebi a resposta da Netflix quando estava na Itália filmando Ferrari. Uma das últimas diárias foi em Ímola. E na hora do almoço eu consegui escapar para um parque ao redor da pista, onde fica a estátua mais bonita do Senna para mim. Fiz uma foto caracterizado como Portago e pedi a bênção para o Senna. Em Ferrari, eu pilotei carros de verdade em algumas cenas. Tivemos uma preparação longa no autódromo, foi a primeira vez que tive contato com a sensação do que é ser um piloto e do que é pilotar. Mas Senna foi o maior desafio da minha carreira, sem dúvida.
A história do Senna como piloto é mundialmente conhecida. Como foi mergulhar na história pessoal dele?
Isso é o que acho o mais legal da série. Quando você fala em Senna, as pessoas logo pensam nele como piloto, com macacão vermelho, capacete e troféu. Na série, contamos como ele virou o maior piloto de todos os tempos. A trajetória, a dedicação, a resiliência, enfim, os erros e os acertos dele. Quem é o Senna sem o capacete e o macacão. Mergulhei não só na construção do piloto, mas no Senna humano.
O que não sabia sobre o Senna que te surpreendeu?
Me surpreendeu bastante saber o quanto ele era talentoso e o jeito agressivo e competitivo que ele corria. Senna tinha uma técnica absurda. Mas, mergulhando na história dele, eu achei muito interessante saber como desde muito novo, desde os quatro anos de idade, quando ele ganhou o primeiro kart, o quanto ele praticou, e dedicou a vida inteira a melhorar e a evoluir ao automobilismo. Como a própria questão da chuva, que ele ainda é considerado o rei da chuva. Achei muito interessante enxergar como não era só o talento, sabe? Havia ali também uma dedicação, uma doação de uma vida para o esporte. Então não foi a toa que ele chegou onde ele chegou.
Há algo da vivência de Senna que irá levar para a sua vida pessoal?
Acho que sim. Eu me identifico com ele nesse sentido de correr atrás dos sonhos e de se dedicar, focar, se doar ao máximo, saber resistir às adversidades, não desistir, seguir em frente, seguir tentando, seguir acreditando em você. Sempre foi assim, principalmente em relação à minha carreira, então me enxergar [em Senna] foi muito bonito e ao mesmo tempo muito inspirador.