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Marta, Douglas, Rafaela Silva e Richarlyson: relembre brasileiros se declararam LGBQTIAP+

Ex-jogador revelou publicamente que é bissexual; nos últimos anos, número de atletas brasileiros LGBQTIA+ vem crescendo

Richarlyson é o primeiro jogador com passagem pela Seleção Brasileira a falar abertamente da sexualidade (TV Record/Divulgação)

Richarlyson é o primeiro jogador com passagem pela Seleção Brasileira a falar abertamente da sexualidade (TV Record/Divulgação)

AO

Agência O Globo

Publicado em 25 de junho de 2022 às 09h00.

O ex-jogador do São Paulo e da seleção brasileira, Richarlyson, afirmou nesta sexta-feira pela primeira vez que é bissexual em entrevista ao podcast "No Armário dos Vestiários". Não é novidade que esportistas afirmem ser parte da comunidade LGBQTIA+: em 1981, a tenista Billie Jean King foi a primeira atleta a se dizer lésbica na história do esporte feminino. Já em 1990, o inglês John Fashanu declarou que era gay em uma entrevista, o primeiro do futebol a se afirmar como homossexual.

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De acordo com um levantamento da revista OutSports, nas Olimpíadas de Tóquio em 2021, 163 atletas se declararam LGBQTIA+, um recorde de todas as edições dos Jogos. No Brasil, cresce cada vez mais o número de esportistas, principalmente mulheres, que falam abertamente sobre sua sexualidade: relembre alguns deles.

Marta - futebol

A maior artilheira com a camisa do Brasil em Copas do Mundo nunca deu uma entrevista afirmando sua sexualidade, mas faz questão de destacar seus relacionamentos com mulheres. No ano passado, anunciou o noivado com a companheira do Orlando Pride, Toni Deion Pressley, e em Tóquio dedicou um gol para a zagueira. Na comemoração, ela fez um "T" com os braços e na entrevista após a partida, confirmou que o gesto foi uma homenagem para Toni.

Douglas Souza - vôlei

O ponteiro da seleção brasileira de vôlei ganhou notoriedade também em Tóquio e, desde então, já levantou a bandeira dos direitos LGBQTIA+ em diversas ocasiões. Em maio, ele afirmou que um dos seus propósitos é o de quebrar tabus e preconceitos. "É algo que faço por mim, mas também pensando naqueles que precisam desse apoio, desse empurrão e desse porto seguro porque sofrem com o medo. Nesse dia, eu quero lembrar a todos que temos a liberdade de ser quem somos. É uma luta árdua e demorada, mas juntos podemos desconstruir essas barreiras", escreveu.

Ana Marcela Cunha - maratona aquática

A atual campeã olímpica da maratona aquática também fala abertamente sobre sua sexualidade. Depois de ganhar a medalha de ouro em Tóquio, além de dedicar a conquista aos pais e ao clube em que treina, ela também homenageou a namorada. Em uma campanha no mês passado, a nadadora afirmou suas pautas enquanto esportista lésbica:

— A gente tem que ter voz. O que a gente busca é o respeito e o entendimento das pessoas. A gente quer igualdade e nada mais justo do que buscar isso para a nossa felicidade — declarou.

Diego Hypólito - ginástica artística

Em 2019, Diego Hypólito falou pela primeira vez sobre sua sexualidade em uma entrevista. Ele revelou era em relação a como sua família iria reagir à notícia.

— Quero que as pessoas saibam que eu sou gay e que eu não tenho vergonha disso. E não é porque eu sou que outras pessoas vão querer ser. Isso não tem nada a ver. Já vivi muitos anos pensando no julgamento que os outros fariam sobre mim — declarou.

Cristiane - futebol

A camisa 11 do Santos tem um filho, Bento, de um ano, com a advogada Ana Paula Garcia. As duas já realizaram duas cerimônias de casamento, uma antes e uma depois do nascimento do bebê, e também relataram o processo de fertilização que fizeram para conceberem o filho nas redes sociais. O anúncio da gravidez também aconteceu nas redes sociais, quando Cristiane postou a foto de uma ultrassonografia e um par de sapatos de bebê nos quais estava escrito "Baby 11".

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Carol Gattaz - vôlei

No vôlei feminino, Carol Gattaz uma das pioneiras a afirmar um relacionamento com outra mulher. A medalhista olímpica já mencionava seu namoro com a então companheira de time Ariele Ferreira desde 2015.

— No começo foi muito difícil para a gente se assumir e a gente ainda vê muito isso hoje em dia. É uma luta diária, essa briga por se expor, a gente sabe que não é facil, mas escolhi isso para a minha vida porque acho que é muito importante — contou Gattaz em uma live sobre diversidade no esporte no ano passado. — A partir do momento que eu afirmei que eu me relacionava com mulheres, foi uma virada na minha vida. Foi a melhor coisa que eu fiz. As pessoas começam a te respeitar e você acaba sendo mais sincero nas suas escolhas.

Rafaela Silva - judô

Um dos destaques das Olimpíadas do Rio-2016, Rafaela Silva conquistou um ouro histórico para o Brasil, o primeiro da competição disputada em casa. A judoca lésbica sempre fez questão de tornar público seus relacionamentos.

— Não é porque sou negra ou lésbica que sou pior ou melhor que ninguém. É a mesma coisa que gostar de chocolate branco ou chocolate preto. Todo mundo é igual — afirmou em uma entrevista no ano em que foi campeã.

Entre os homens, número é menor

Em relação às atletas mulheres que se afirmam como integrantes da comunidade LGBQTIAP+, o número de homens que fazem o mesmo é bem menor. Atualmente, os único jogadores de futebol em atividade que declaram ser gays são o jovem inglês Jake Daniels, de 17 anos, que atua no Blackpool; e o australiano Josh Cavallo, meia do Adelaide United.

Um dos nomes de maior destaque fora do Brasil é Tom Daley, inglês campeão olímpico dos saltos ornamentais, que falou abertamente sobre sua sexualidade em 2013, em um vídeo no Youtube. Atualmente, Tom é casado com um roteirista americano, com quem tem um filho de 3 anos. No Brasil, quem recentemente exibiu seu relacionamento com um homem foi o ex-jogador da NBB, Jefferson Campos. No último dia 12, o ala-armador publicou fotos com o namorado nas redes sociais.

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