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Manual prático da mulher solteira independente: episódio “40+”

Os 40 chegaram. O que fazer? Pânico, terror e aflição? Que nada garota, eu vou mandar ver até quando der e esperar o próximo sinal e ver como vai ser

 (Betsie Van der Meer/Getty Images)

(Betsie Van der Meer/Getty Images)

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Julia Storch

Publicado em 3 de junho de 2021 às 08h24.

Muitas vezes a gente tem a vida tão corrida que mal dá tempo de perceber o tempo passar. Eu não sei se com vocês aconteceu dessa maneira, mas um dia chega aquele momento que sinais surgem do nada e te dizem como num grito “ACORDA GAROTA, VOCÊ ESTÁ ENVELHECENDO”.

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A primeira vez que ouvi esse berro foi aos 27 anos quando entrei no elevador e olhei para o meu rosto. A bochecha estava sumindo, os olhos estavam mais caídos e percebi marcas, as tais linhas de expressão. Pensei comigo “eu tô ficando velha”. Decidi olhar menos para os espelhos de elevador, até porque além das linhas de expressão agora eu sempre encontro cabelos brancos.

Outro momento “acorda-Alice” foi por esses dias. Estava participando de um congresso científico, após o primeiro dia fui a um jantar que se estendeu para uma festa com banda ao vivo e dançarinas globeleza animando público. Lá fui eu exibir meus dotes cariocas de dança, até porque depois de três taças de espumante aprendi que eu consigo falar qualquer idioma e dançar qualquer coisa. Não satisfeita, de lá combinei de ir a um forró.

Minha curiosidade antropológica de participar de um forró em São Paulo foi maior que meu bom senso. Me Joguei. Curti. Tem forró pé de serra em Sampa, e pasme você, os paulistas mandam muito bem, me senti em Itaúnas (Espírito Santo). Se você não sabe é lá que tem um grande festival anual de forro pé de serra (imperdível).

Cheguei no hotel feliz e realizada. No dia seguinte lá estava eu com o grito no ouvido. Meu corpo doía por inteiro, pernas, pés. Queria uma massagem. Descobri músculos, juntas que sequer tinha consciência. Olhei para o espelho do banheiro e meu rosto transmitia um cansaço absurdo.

Os 40 chegaram. O que fazer? Pânico, terror e aflição? Que nada garota, eu vou mandar ver até quando der e esperar o próximo sinal e ver como vai ser. O grito chega e você tem o poder de simplesmente não ouvir. Coloca um protetor de ouvido e vai no embalo que te cabe, sem medo, cada década tem as suas surpresas e descobertas.

Recado da mulher solteira independente para as amigas: Aprenda a olhar o lado cheio do copo. Cada idade tem o seu valor, é sério, eu não mentiria pra você. O corpo cansa, a cara cai, mas a minha mente quanta diferença... Foque no que você se tornou, no conhecimento adquirido até aquele momento. Lembre das idiotices que você fez e falou décadas atrás e curta o doce sabor do amadurecimento.

Dicas do manual prático da mulher solteira independente: Sempre tenha na bolsa: um remédio para dor muscular, cápsulas de guaraná, batom vermelho e, é claro, um bom  corretivo para as olheiras e um creme para os cabelos.  No mais, pé na tábua e siga em frente! Encare a pista.

*Hilaine Yaccoub tem 43 anos é doutora e mestre em Antropologia do Consumo pela UFF-RJ. Atua como palestrante e consultora, realizando estudos que promovem ligação entre o mercado consumidor, o conhecimento acadêmico e as empresas. Para seguir nas redes sociais: @hilaine

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