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Maioria das pessoas não pretende viajar como antes, diz pesquisa

Até 83% dos passageiros globais estão relutantes em retomar os antigos hábitos de viagem, e 31% vão viajar de avião com menos frequência

Camaçari, um dos destinos turísticos mais procurados do Brasil. (Eduardo Moody/Divulgação)

Camaçari, um dos destinos turísticos mais procurados do Brasil. (Eduardo Moody/Divulgação)

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Daniel Salles

Publicado em 10 de novembro de 2020 às 12h15.

Com a constatação de que a maioria dos negócios pode ser conduzida virtualmente, além de um conjunto confuso de testes e restrições por quarentenas, muitas pessoas não planejam voltar a viajar regularmente, mesmo depois do controle da pandemia de coronavírus, segundo estudo da Inmarsat.

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Até 83% dos passageiros globais estão relutantes em retomar os antigos hábitos de viagem, e 31% vão viajar de avião com menos frequência, segundo pesquisa com cerca de 10 mil pessoas que viajam frequentemente realizada pela empresa de Londres e divulgada na terça-feira. Com o medo de contágio, pouco mais de 25% das pessoas na região da Ásia-Pacífico afirmaram que se sentem confiantes o suficiente para voar novamente dentro de seis meses.

Quando a Covid-19 praticamente fechou as fronteiras internacionais e distritos de negócios centrais no início do ano, grande parte da população mundial, exceto em setores de serviços essenciais, teve de trabalhar remotamente. As empresas também reduziram o orçamento para despesas, que incluem viagens, enquanto se recuperam do impacto econômico do coronavírus. Muitas empresas descobriram que a produtividade na verdade aumentou, questionando a necessidade de os funcionários estarem sempre no escritório.

“Ficamos em nossas casas por muito tempo, estamos muito acostumados a fazer negócios virtualmente agora”, disse Chris Rogerson, vice-presidente de vendas globais da Inmarsat Aviation. “As viagens de negócios diminuirão um pouco à medida que nos acostumamos com essas interações mais digitais, e as companhias aéreas terão que se adaptar a isso.”

Inovações digitais
É uma má notícia para operadoras. As viagens corporativas podem representar entre 55% e 75% do lucro para as maiores companhias aéreas, embora possam responder por apenas 10% dos passageiros, porque clientes corporativos são mais propensos a comprar tarifas de classe superior ou reembolsáveis. Companhias aéreas globais já dispensaram centenas de milhares de funcionários. As perdas do setor deverão chegar a US$ 84 bilhões em 2020, de acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo.

Para aqueles cuja relutância em voar decorre mais do medo de contágio, as inovações digitais serão fundamentais, segundo o estudo da Inmarsat. Essas incluem opções como pedidos antecipados de refeições para evitar o contato, oferta de entretenimento a bordo por meio de aparelhos pessoais, sistemas de pagamento sem contato e tecnologia de reconhecimento facial.

“Os pontos de interação clássicos na aeronave evoluem com o tempo e desempenham um grande papel em tornar a experiência de bordo mais segura”, disse Rogerson. “As pessoas são empurradas para este mundo digital e estão muito acostumadas a estar conectadas dessa forma em terra.”

Fechamentos inesperados das fronteiras e protocolos de segurança confusos em diferentes países são outro motivo pelo qual as pessoas não estão dispostas a viajar, segundo a pesquisa.

“Há muitas coisas que precisam ser combinadas para tornar as viagens possíveis na mesma escala que víamos em 2019”, disse Rogerson. Os governos também precisarão desempenhar um papel importante na melhor maneira de gerenciar o grande número de pessoas que passam por um aeroporto, afirmou.

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