Casual

Madonna homenageia "periguetes" no Rio

A chuva que estava prevista ficou longe dos domínios de Madonna


	Cantora Madonna em apresentação durante turnê MDNA: na reta final da turnê "MDNA", Madonna ainda passará, no Brasil, pelo Estádio do Morumbi, em São Paulo, nos dias 4 e 5
 (Maxim Shemetov/Reuters)

Cantora Madonna em apresentação durante turnê MDNA: na reta final da turnê "MDNA", Madonna ainda passará, no Brasil, pelo Estádio do Morumbi, em São Paulo, nos dias 4 e 5 (Maxim Shemetov/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2012 às 16h36.

Rio de Janeiro - Com duas horas de atraso em relação ao horário anunciado, a incansável rainha do pop, Madonna, subiu às 23h de domingo ao palco do Parque dos Atletas, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e empolgou uma multidão de 67 mil pessoas com as músicas de seu mais recente disco, "MDNA", além de sucessos de todas as fases da carreira.

A chuva que estava prevista ficou longe dos domínios de Madonna. Os portões abriram com 1h30 de atraso, e o trânsito encontrou engarrafamentos pontuais no entorno do espaço.

Madonna está no Rio desde sexta-feira (30 de novembro), e teria reservado todos ou a maior parte dos quartos do luxuoso hotel Fasano, em Ipanema, para ela, seus filhos e toda a equipe do show.

Às 21h, depois de uma hora de atraso, a dupla brasileira de DJs Felguk abriu o show da cantora com som eletrônico que não agradou os fãs. Felipe Lozinsky e Gustavo Rozenthal caíram no gosto da cantora quando fizeram um remix da faixa "Celebration", do álbum homônimo de 2009. Apesar da agitação dos DJs, os fãs de Madonna só chegaram a aplaudir a apresentação quando o telão mostrou uma bandeira do Flamengo e uma boneca da cantora, pinçados pelas lentes na multidão.

Depois de algumas rodadas de vaias, às 21h55 a dupla deixou o palco dizendo "é a última, pessoal!" e nem "Seven Nation Army", do White Stripes conseguiu satisfazer a multidão impaciente.

As dezenas de milhares de espectadores nem suspeitavam que até a hora do show ainda seria preciso esperar mais de uma hora. O atraso lembrou o do último show no Rio, no Maracanã, em 2008. Às 23h, o espetáculo enfim começou.


Ao som de canto gregoriano, dançarinos vestidos de monges balançavam um grande defumador suspenso. Ao fundo, o cenário trazia igrejas góticas, com uma enorme cruz gótica com as letras "MDNA", que também batizam a turnê, e Madonna surgiu como uma silhueta atrás da porta de uma das igrejas, cantando a nova "Girl Gone Wild", para o êxtase do público. Então "quebrou" a porta e surgiu toda vestida de couro preto, lembrando a heroína "Barbarella", em plena forma aos inacreditáveis 54 anos

A ópera pop, formato que Madonna escolheu para o show (e que usou bastante em outras fases de sua carreira de 30 anos) ganhou ação: com uma "metralhadora", Madonna passou a lutar contra homens de preto encapuzados, numa clara referência a filmes como "Kill Bill", de Quentin Tarantino.

Os fãs mais velhos, apesar de serem minoria no público, estavam representados. A mineira de Belo Horizonte Maria Leonor Barra, arquiteta de 67 anos, era um deles. Na pista premium (a mais cara) com as filhas, ela contou que a idade facilitou sua entrada: "Fui a primeira da fila, devido à prioridade", contou, sorrindo, e emendou: "e ainda assisti à passagem de som!". Mas o público jovem, até hoje ampliado todos os anos pela cantora, era mesmo a maioria. Vinicius Alves, de Petrópolis (RJ), de 24 anos, estava entre eles, e apesar de ser fã há menos de dez anos, exibia, orgulhoso, uma tatuagem com o nome da cantora no ombro.

A introdução de cordas de "Papa Don"t Preach", sucesso dos anos 1980, soou para alegria dos fãs veteranos. No palco, Madonna foi novamente perseguida por figuras macabras. Acorrentada, carregada e arrastada, fechou a cena fazendo slackline entre os dançarinos.

Em seguida, viu-se uma sequência "afirmativa": a jovem rapper Nicki Minaj surge no telão, canta "I don"t give a...", também do novo álbum, em dueto com Madonna - que esqueceu a letra por um momento, confirmando a performance ao vivo - e diz, ao fim "Só existe uma rainha, e é Madonna".


Para arrematar, a majestade do pop puxou "Express Yourself" vestida de cheerleader, enquanto o telão exibia imagens em tom feminista, emendando no mesmo arranjo versos de "Born This Way", de Lady Gaga, que foi acusada de plagiar a pioneira. Madonna concluiu a alfinetada com a canção "She"s Not Me".

Vez por outra, a Material Girl se arriscava no português - quando não se confundia com o espanhol: "¿están listos?" perguntou, logo corrigindo: "Rio, está pronto?". Depois comentou "Eu sei que vocês gostam de samba!" e disse várias vezes "Está caliente!". Na plateia, um fã resumiu: "Ela está falando português... em espanhol".

Em seguida, Madonna apresentou o grupo basco "Kalakan" que a acompanhou em uma versão acústica aciganada de "Open Your Heart". O público respondeu agitando centenas de balões vermelhos em forma de coração, distribuídos por fãs. Um dos filhos de Madonna, Rocco, dançou break no palco.

O ato mais empolgante do show começou com a música "Vogue", que a loira interpretou vestindo Jean Paul Gaultier, seu parceiro desde os anos 1990, com uma armação metálica de corpete sobre um terno masculino, com direito a sua coreografia mais famosa, enquanto os dançarinos roubavam a cena desfilando roupas exóticas e extravagantes.

No próximo número a artista ficou só de lingerie e o público pôde ler em suas costas a palavra "periguete" desenhada na pele em letras garrafais, e respondeu cheio de humor chamando em coro a cantora pela gíria. Madonna avisou que a próxima música ("Like a Virgin") seria "dedicada a todas as periguetes, porque uma periguete inspira as outras" e foi aplaudida. Madonna dançou a versão lenta do hit com uma performance sensual, pedindo dinheiro ao público e rastejando para pegá-lo, e chegou a lamber a mão de uma fã.

Dois grandes sucessos encerraram a noite: a arrasa-quarteirão "Like a Prayer", que levou o público à loucura com um coro gospel improvisado com os músicos da banda e dançarinos vestidos com hábitos estilizados, e a bem mais recente "Celebration".

Quanto à qualidade técnica, embora a voz de Madonna continue pedindo muitas pausas e copos d"água ao longo do espetáculo, soou notavelmente melhor e mais segura que na última turnê, "Sticky & Sweet Tour", há quatro anos.

Na reta final da turnê "MDNA", Madonna ainda passará, no Brasil, pelo Estádio do Morumbi, em São Paulo, nos dias 4 e 5, e pelo Estádio Olímpico Monumental, em Porto Alegre, no dia 9. Ainda há ingressos para as três apresentações, de acordo com o site oficial da cantora. 

Acompanhe tudo sobre:ArteCelebridadesIndústria da músicaMadonnaMúsicaMúsica popShows-de-música

Mais de Casual

Quer começar a beber uísque? Conheça esses drinks essenciais

Os melhores restaurantes de Maceió segundo ranking EXAME Casual 2025

Este iate de luxo de grife italiana será produzido apenas no Brasil

Os melhores restaurantes de Belém segundo ranking EXAME Casual 2025