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Madonna, a rainha da provocação, chega à 3ª idade nesta 5ª-feira

Confira por que Madonna, a cantora que mais vendeu em todos os tempos, dá um novo significado às seis décadas de vida

Madonna. (Lucas Jackson/Reuters)

Madonna. (Lucas Jackson/Reuters)

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AFP

Publicado em 14 de agosto de 2018 às 06h00.

Última atualização em 14 de agosto de 2018 às 06h00.

Sexo, religião e faturamento: desde que iniciou sua carreira, Madonna não para de testar os limites. No próximo 16 de agosto, completará 60 anos ainda provocadora, agora na pele de uma mulher madura e sem complexos.

Madonna dá um novo significado às seis décadas. Relaciona-se com homens bem mais jovens, mantém um corpo invejável e, em sua última turnê, apresentou um show provocante, que simulava atos sexuais.

A cantora que mais vendeu em todos os tempos não é a primeira a se manter ativa na terceira idade. Ela segue os passos de Aretha Franklin, Cher, Dolly Parton e Stevie Nicks, que estão nos 70.

Mas Madonna, que entrou para a cultura pop ao mesmo tempo em que a MTV, representa o culto à juventude como poucas artistas fizeram, e, enquanto outras se reiventaram ou protagonizaram retornos nostálgicos, a "Material Girl" nunca passou mais de quatro anos sem lançar um álbum desde a sua bem-sucedida estreia, em 1983.

O título de uma música de seu álbum mais recente, "Rebel Heart", resume sua atitude decidida: "Bitch I'm Madonna".

Freya Jarman, uma estudiosa de música na Universidade de Liverpool que editou um livro sobre Madonna, diz que a artista pop deixou um legado e influenciou artistas mais jovens, como Lady Gaga, mas que, agora, mostra um novo tipo de relevância.

"Como uma cantora popular que está envelhecendo e ainda se mostra tão presente entre o público, ela é absolutamente relevante", assinala Freya. "Madonna se destaca como sempre fez, sempre se interessou em provocar. Muitas estrelas parecem sair do foco e retornar, enquanto Madonna não parece se abater."

- 'Envelhecer é um pecado' -

Como em toda a sua carreira, Madonna enfrentou comentários duros com o passar dos anos.

Uma ex-namorada de um de seus antigos companheiros, o modelo brasileiro Jesús Luz, chamou-a de "velha ridícula". Muitos usuários das redes sociais fizeram chacota quando ela beijou na boca no festival de Coachella o jovem Drake, e os tabloides são obcecados pelas mãos da cantora, uma das partes do corpo que mais revelam a idade.

Durante a entrega de um prêmio da revista musical "Billboard" em 2016, Madonna disse que a sociedade permitia às mulheres serem "lindas, dóceis e sensuais", mas não que expressassem suas opiniões ou fantasias sexuais.

"E, finalmente, não envelheça. Porque envelhecer é um pecado. Será criticada, será desprezada e, definitivamente, não tocarão sua música no rádio", criticou Madonna, provavelmente referindo-se à decisão da BBC Radio 1 de não divulgar um de seus singles recentes, no momento em que busca uma audiência mais jovem.

Madonna também persiste em seus compromissos políticos. No ano passado, fez um discurso duro na Marcha das Mulheres, um dia depois da posse do presidente Donald Trump, e afirmou que as mulheres não aceitarão "esta nova era da tirania".

- Sensual e maternal -

Madonna também desafiou os conceitos de maternidade e adotou quatro crianças do Malauí, que se somaram a seu filho e à sua filha biológicos.

A artista, que se mudou no ano passado para Lisboa, onde um de seus filhos frequenta uma escola juvenil de futebol, incentivou que seus fãs, em seu 60º aniversário, façam doações à sua obra de caridade para crianças no Malauí.

Após se tornar mãe, Madonna continuou se relacionando com homens bem mais jovens. "Como feminista, tenho apenas coisas boas a dizer de Madonna. Se essa é a sua preferência sexual, está realizando uma fantasia que muitas mulheres não podem ou não querem realizar", comenta Pepper Schwartz, socióloga da Universidade de Washington, em Seattle, que estuda o envelhecimento e a sexualidade.

Pepper estima que Madonna, como várias atrizes veteranas de Hollywood, oferece um novo modelo para as mulheres de sua geração, a do "baby boom". "Essa geração, que sempre buscou dar uma nova definição para o sexo e o gênero, tenta dizer: 'Não estamos prontas para desaparecer só porque estamos mais velhas.'"

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