O spritz sem álcool é feito com suco de cenoura, que traz a coloração laranja do Aperol. (Andy Sewell/Divulgação)
Julia Storch
Publicado em 21 de janeiro de 2021 às 10h33.
Última atualização em 21 de janeiro de 2021 às 11h08.
Gim tônica, negroni, mojito e a tradicional caipirinha são drinques que têm suas famas e popularidade. Mas, que tal expandir o repertório de bebidas com receitas exóticas ou antigas, além de saber como foram criadas? Do México a Hong Kong, passando pela América do Sul, Europa e África, o livro Spirited: Cocktails from Around the World (Adrienne Stillman, Phaidon, £35), compila mais de 600 receitas em mais de 500 anos de história pelo mundo.
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Em 2005, a escritora e sommelier Adrienne Stillman se apaixonou pelo mundo dos drinques ao provar o Gold Rush, feito de bourbon, suco de limão fresco e mel, no bar Milk & Honey, em Nova York. Desde então, Stillman dedicou os últimos 15 anos em pesquisas, viagens e, é claro, provando muitos drinques.
Em entrevista à editora Phaidon, a escritora contou que buscou incluir drinques além dos clássicos e criados nas grandes capitais. “Um ótimo exemplo é o Awamori Lemon Tea criado por Jay Khan em Hong Kong. Inspirado no ‘chá de limão’ local - chá preto com rodelas de limão - ele infundiu vodka com chá e combinou com awamori (uma bebida destilada à base de arroz do Japão), calda de limão e club soda. Ou o coquetel sul-africano Fynbos, que leva o nome da família de arbustos nos campos do país, e inclui o chá Rooibos, que é usado em calda de mel junto com conhaque local para dar um toque no Old Fashioned.”
Além das receitas do livro, Stillman adiantou duas regras que ela considera ideais na preparação de drinques. A primeira é: “use sempre e apenas suco de frutas cítricas espremido na hora. Nunca enlatado ou concentrado. É melhor usar bebidas baratas e frutas cítricas frescas do que o contrário”. A segunda regra trata da qualidade do gelo. “Se você usar cubinhos de gelo pequenos, acabará com uma bagunça aquosa que não resfriou a bebida o suficiente. Ou se o seu gelo estiver ao lado de comidas no congelador, você terá sabores estranhos em sua bebida”. Ela recomenda o uso de formas de gelo de silicone com tampa, “ou transfira os cubos congelados para um recipiente selado para melhores resultados”, o livro inclui um ensaio dedicado ao gelo.
A publicação é organizada ao estilo cocktail, começando com bebidas refrescantes, seguido de bebidas amargas e fortes, combinações tropicais, café e sobremesas e ponches. Os ensaios são intercalados, com temas que vão desde a história do coquetel, a cultura que cerca os aperitivos e técnicas de coquetéis caseiros. Além disso, o livro inclui coquetéis sem álcool, já que para a autora, o mundo precisa aprender a oferecer bebidas não alcoólicas que não sejam sucos ou refrigerantes.
Em sua pesquisa, Stillman conta que as tendências de coquetéis seguem as tendências culinárias. “Até os anos 1990, as bebidas eram cheias de refrigerantes e xaropes artificiais. Mas, no início dos anos 2000, com o movimento farm to table e com a ascensão dos chefs celebridades, os drinques seguiram essa toada”, explicou à Phaidon.
Stillman finaliza dizendo que a melhor época para se beber é hoje. “Para ser totalmente honesta, acho que nunca houve melhor hora para beber coquetéis do que agora. Temos tanto acesso a ingredientes diversos e criativos, novos e antigos, e os bartenders são incrivelmente criativos”, conclui.
Spritz sem álcool? Confira a receita do drinque feito de cenoura.
Carrot Spritz. “Um spritz sem álcool com receita do restaurante The Fat Radish, que combina o doce terroso das cenouras frescas com gengibre picante”, explica Stillman. Para fazer isso, combine 90 ml de suco de cenoura fresco, 30 ml de xarope de gengibre, 22 ml de suco de limão fresco e uma gota de extrato de baunilha. Em uma coqueteleira sem gelo, agite por 10 segundos. Coe em um copo alto cheio de gelo fresco. Cubra com 45 ml de ginger beer e decore com cachos de cenoura e um raminho de salsa.