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Liverpool prepara comemoração do 75º aniversário de Lennon

O Cavern Club, primeiro local onde os Beatles tocaram, será um dos centros de gravidade dos festejos


	John Lennon: uma das atividades programadas é um tour especial de três horas organizado pelo Cavern Club, no qual se abrirão as portas de alguns dos lugares mais relevantes da vida de Lennon
 (Getty Images)

John Lennon: uma das atividades programadas é um tour especial de três horas organizado pelo Cavern Club, no qual se abrirão as portas de alguns dos lugares mais relevantes da vida de Lennon (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2015 às 14h59.

Londres - Liverpool mergulhará amanhã, sexta-feira, nas celebrações do que seria o 75º aniversário de John Lennon, um dos músicos mais influentes do século XX e uma atração turística de primeira ordem em sua cidade natal no Reino Unido.

O Cavern Club, primeiro local onde os Beatles tocaram, será um dos centros de gravidade dos festejos, com um show no qual se apresentarão três dos membros originais do The Quarrymen, grupo que Lennon formou com vários amigos do colégio em 1956.

O Hard Days Night Hotel, estabelecimento dedicado à banda de Liverpool, oferecerá também na sexta-feira um tradicional chá britânico acompanhado do bolo de chocolate favorito de Lennon e um Brandy Alexander, seu coquetel predileto.

Para a ocasião, o musical "Let It Be" deixou o West End de Londres e poderá ser visto durante cinco semanas e meia, a partir desta quinta-feira, no teatro Royal Court de Liverpool.

Outra das múltiplas atividades programadas é um tour especial de três horas organizado pelo Cavern Club, no qual se abrirão as portas de alguns dos lugares mais relevantes da vida de Lennon que habitualmente estão fechadas ao público.

O passeio começará no instituto Quarry Bank, onde o músico estudou vários anos durante sua adolescência. Um dos companheiros de colégio de Lennon se unirá ao grupo e "explicará como era a vida de John naquela época", detalhou à Efe Victoria McDermott, organizadora do evento.

"Esta não é uma visita comum, veremos lugares verdadeiramente especiais, aos quais não se pode entrar nos passeios turísticos frequentes", ressaltou.

O grupo também passará pela igreja de St Peter's, um templo de estilo neoclássico construído no início do século XIX onde John Lennon e Paul McCartney se cruzaram pela primeira vez, em 6 de julho de 1957.

Um dos membros do Quarrymen, que se apresentavam ali naquele dia junto a John, relatará como foi esse primeiro encontro com aquele que acabaria compartilhando a linha de frente dos Beatles com Lennon.

A rua Penny Lane e o orfanato de Strawberry Fields, ambos cenários reconhecíveis nas canções do quarteto, assim como a casa da infância de Lennon, são outros dos destinos do tour.

Segundo os dados do Beatles Story, o museu que reúne peças originais do grupo, cerca de 250.000 pessoas visitam a cada ano Liverpool atraídas pelo legado de Lennon, McCartney, George Harrison e Ringo Starr.

"As pessoas costumam discutir sobre quem foi o quinto Beatle, se foi o empresário Brian Epstein, o baixista Stuart Sutcliffe ou outras pessoas. Para nós, o quinto Beatle é a cidade de Liverpool, que abraçou a herança musical e cultural da banda", assinalou McDermott.

Lennon, que em certa ocasião disse que gostaria de voltar a viver em Liverpool, continua vivo na memória de sua cidade natal 35 anos após seu assassinato a tiros em Nova York.

Sua irmã Julia Baird, uma psicóloga infantil de 68 anos que durante décadas tentou fugir da fama dos Beatles, é agora uma das principais defensoras do legado de seu irmão e dirige o Cavern Club.

Como tantos outros, Baird lamenta que a carreira de Lennon tenha terminado de forma abrupta aos 40 anos, e declarou à Agência Efe que imagina seu irmão, com 75 anos, "pintando e desenhando, talvez escrevendo poesia".

Ela não é a única que pensa que a criatividade de Lennon ia além de sua faceta como compositor e intérprete, e que sua associação com Yoko Ono teria gerado novas expressões artísticas.

"Acredito que John teria evoluído rumo à arte, no lugar da música, e teria encontrado novos modos de expressar algumas das profundas revelações que teve no final de sua vida, tanto no plano espiritual como filosófico", declarou À Efe Andrew Lansley, professor de Música Popular na Universidade de Gloucestershire.

"Alguns acham que teria continuado criando música, mas trabalhando com composições mais experimentais e textuais. Teria tentado desenvolver seu lado mais criativo, talvez de forma parecida ao que David Bowie fez mais adiante, com a música ainda presente, mas não necessariamente no centro", afirmou.

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