Carl Lewis foi destaque no Pan de 1979 e o principal nome do atletismo nos anos 1980 no mundo (Bobby Bank/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2011 às 12h01.
Guadalajara - Carl Lewis, Javier Sotomayor, Téofilo Stevenson, Mark Spitz, Ana Guevara, Sandra Poll e Greg Louganis, alguns dos nomes que deixaram sua marca nos Jogos Pan-Americanos e depois se tornaram lendas do esporte mundial.
Encarado como preparatório para os Jogos Olímpicos, o Pan sempre tem seus atrativos especiais. Os Estados Unidos, que dominam a competição, aproveitam para testar suas jovens promessas, enquanto os atletas tentam conquistar vagas na Olimpíada, desta vez a de Londres, no ano que vem.
O jovem Carl Lewis surgiu em San Juan, em 1979, com a conquista do bronze no salto em distância, modalidade na qual depois foi quatro vezes campeão olímpico. Também repetiu o ouro pan-americano em Indianápolis, em 1987, com um salto de 8,75 metros, em uma competição excepcional, já que Larry Myricks alcançou os 8,58 e o cubano Jaime Jefferson, os 8,51.
O antecessor veio 12 anos antes, em Winnipeg, um jovem universitário de 17 anos, Mark Spitz. Ganhou cinco ouros e anunciou ao mundo que havia nascido um desses atletas que só a idade é capaz de colocar limites.
Spitz confirmou as impressões nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, quando conquistou sete ouros. Também estabeleceu sete recordes mundiais. Só Michael Phelps o superou, em Pequim-2008, 36 anos depois.
Teófilo Stevenson era mais velho que Lewis e Spitz quando levou seu primeiro ouro pan-americano no boxe, categoria peso pesado, em 1975, no México. Com 25 anos, o atleta já tinha sido campeão olímpico (Munique-1972) e mundial. Ganhou ouro olímpico em três jogos seguidos (Montreal-1976, San Juan-1979 e Moscou-1980).
Stevenson não foi o único boxeador que causou admiração no México. Também no ringue, 'Sugar' Ray Leonard começou a se colocar como lenda com o ouro no peso meio-médio e seguiu com o título em Montreal, em 1976. Já no profissional, Ray se tornou campeão das categorias médio, supermédio, meio-pesado e pesado.
Indianápolis viu a estreia da nadadora costarriquenha Silvia Poll, que, a partir daí, conquistou três ouros, três pratas e dois bronzes. Em Havana (1991), faturou novamente os 100 metros costas.
Os Jogos de 1987 ratificaram também a hegemonia do americano Greg Louganis, dos saltos ornamentais, no trampolim e na plataforma, campeão pela terceira vez consecutiva.
A lenda também está presente em equipes como a de basquete do Brasil. Liderado por Oscar Schmitdt, um dos melhores arremessadores da história do esporte, e com Marcel convertendo uma cesta de três atrás da outra, a seleção tomou o ouro dos Estados Unidos. A decepção americana jamais foi esquecida.
Outro personagem que fez parte na história dos Pans é o saltador cubano Javier Sotomayor. Foi em Havana que o atleta ganhou o primeiro dos quatro Jogos Pan-Americanos, e, um ano depois, conquistou o ouro olímpico em Barcelona.
Mas a história do melhor saltador em altura de todos os tempos nos Jogos também teve seu lado obscuro. Em Winnipeg (1999), onde venceu com 2,30, o recordista mundial de salto em altura também foi acusado em exame positivo antidoping por cocaína. Poucas vezes houve maior comoção em Pans.
Sotomayor recebeu, além da desqualificação, a suspensão de dois anos. Foi o único atleta do mundo capaz de saltar 2,45 metros.
A atleta mexicana Ana Gabriela Guevara tinha 22 anos em Winnipeg (1999) quando começou a escrever sua carreira. Garantiu o ouro nos 400 metros, com 50,91, e sua mistura de potência e velocidade antecipou rumores de que tinha nascido uma estrela.
Até sua aposentadoria, em 2008, Guevara acumulou outras duas medalhas douradas em Pans, um ouro e um bronze em Mundiais, uma prata olímpica em Atenas-2004, uma Liga de Ouro, uma final do Grand Prix e uma Copa do Mundo, entre outros prêmios.
Foram heróis que escreveram com brilhantismo seus nomes nos 60 anos de história dos Jogos Pan-Americanos e que estenderam depois a glória aos Olímpicos.