Alain Delon. (Andreas Rentz/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 18 de agosto de 2024 às 09h44.
Última atualização em 18 de agosto de 2024 às 11h49.
O ator Alain Delon morreu neste domingo, 18, em sua casa em Douchy, cidade a 130 quilômetros de Paris.
"Alain Fabien, Anouchka, Anthony e (seu cão) Loubo lamentam profundamente o falecimento de seu pai. Ele morreu tranquilamente em sua casa em Douchy, rodeado por seus três filhos. A família pede que respeitem sua privacidade neste momento de luto extremamente doloroso", anunciaram os três filhos do ator à agência AFP.
Em 2005, em uma entrevista à revista Paris Match, o ator confidenciou que sofria de problemas vasculares. Em 2012 e 2013, ele foi internado após episódios de arritmia.
Em 2017, aos 81 anos, ele fez uma cirurgia cardíaca. Durante a cirurgia de cerca de 5 horas, foi colocado um "bypass" coronário (procedimento que permite o sangue contorne uma obstrução) na artéria femoral.
Em 2018, o ator decidiu encerrar sua carreira. "Eu tenho a idade que tenho. Fiz a carreira que fiz. Vou fechar o ciclo com um filme e uma peça de teatro magníficos. Não é o fim de uma vida, mas de uma carreira", disse à AFP na época.
Após sofrer um derrame em 2019, suas aparições públicas foram limitadas e ele morava em sua propriedade em Douchy. O que mais emergiu foram as divergências entre os três filhos, muito divididos sobre seu real estado de saúde e a forma como deveria ser cuidado.
Precisamente em 2019 recebeu a Palma de Honra no Festival de Cannes por toda sua carreira.
Há dois anos, Delon decidiu acabar voluntariamente com sua vida por meio de um suicídio assistido. Em 2021 faleceu a ex-mulher do artista, a atriz Nathalie Delon, aos 79 anos. Ela sofria de câncer no pâncreas e, assim como o ex-marido, queria acabar com a vida por meio da eutanásia.
Nascido na cidade de Sceaux em 1935, sua infância foi marcada pelo divórcio dos pais aos 4 anos e pelo fato de ter crescido no seio de uma família adotiva.
Começou a treinar para trabalhar como açougueiro, mas aos 17 anos decidiu avançar no serviço militar e se viu envolvido na guerra da Indochina.
Ao regressar para a França, começou a fazer alguns trabalhos e foi então que o ator Jean-Claude Brialy o descobriu, sobretudo pela sua beleza, e o levou ao Festival de Cannes, onde recebeu as primeiras propostas.
Estreou com o diretor Yves Allégret em 1957 em 'Uma Tal Condessa'.
Na década de 1960, foi procurado por alguns dos mais prestigiados diretores como o próprio René Clément, Luchino Visconti ('Rocco e Seus Irmãos', com Annie Girardot no elenco e posteriormente O Leopardo'), Michelangelo Antonioni ('O Eclipse', ao lado da atriz Monica Vitti), Henri Verneuil ('Gângsters de Casaca', com Jean Gabin).