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Leilão de objetos de Hitler e Göring é cancelado

A casa de leilões francesa Vermot de Pas informou que anulou a venda de objetos que pertenceram a Adolf Hitler e a seu braço direito Hermann Göring


	Adolf Hitler em foto de 1938: trata-se de documentos, livros, joias e passaportes que foram arrebatados em maio de 1945
 (AFP)

Adolf Hitler em foto de 1938: trata-se de documentos, livros, joias e passaportes que foram arrebatados em maio de 1945 (AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2014 às 14h41.

Paris - A casa de leilões francesa Vermot de Pas informou nesta segunda-feira à Agência Efe que anulou a venda de objetos que pertenceram a Adolf Hitler e a seu braço direito Hermann Göring, diante da polêmica causada após o protesto de associações judaicas.

Trata-se de documentos, livros, joias e passaportes que foram arrebatados em maio de 1945 por soldados da Divisão Blindada do general francês Leclerc em seu avanço rumo a Berlim, na residência do ditador nazista nos alpes bávaros.

Entre eles, se destacam quatro passaportes de Göring e um de sua primeira mulher, mas também livros, fotografias, pequenos móveis e joias.

Os objetos, 46 no total, permaneceram durante anos nas mãos dos soldados, um deles ainda vivo, com 93 anos, e passaram posteriormente a seus herdeiros, que decidiram agora leiloá-los.

O curador da venda, Yves Salmon, explicou que o evento, prevista para o próximo sábado, foi cancelado para evitar "problemas de ordem pública" e "eventuais manifestações".

A decisão foi tomada depois que diversas associações judaicas, entre elas o Conselho Representativo de Instituições Judaicas da França (CRIF), pediram a anulação do leilão que, segundo sua opinião "atenta contra a memória das vítimas da barbárie nazista".

"Comercilizar esse tipo de objeto ajuda a lhes dar um valor simbólico doentio", defendeu o CRIF.


Salmon, por sua vez, disse que o leilão aconteceria dentro das regras da França e que todos os objetos que continham símbolos nazistas, como a suástica, haviam sido retirados da exposição.

No total, três objetos não foram expostos antes da venda e seriam diretamente entregues a seus compradores.

O especialista afirmou, no entanto, que decidiram anular a venda para evitar "males maiores", sobretudo depois que o CRIF afirmou que a impediria "a qualquer preço".

A partir de agora, a casa de leilões entrará em contato com essa organização judaica para tentar lhes vender as peças se conseguir um acordo que convenha aos proprietários.

Caso não seja assim, os objetos serão devolvidos a seus donos "e nada poderá impedi-los de vendê-los a quem quiserem, o que pode ser pior que o leilão", argumentou Salmon.

O CRIF tinha pedido às autoridades que comprasse os objetos para que possam ser estudados pelos historiadores e, em seu caso, expostos em museus, e evitar portanto caiam em mãos privadas.

O curador disse que os proprietários "estão muito surpresos pela reação das organizações judaicas", sobretudo porque os soldados da Divisão Leclerc "batalharam duro e, em alguns casos, deram sua vida na batalha contra os nazistas".

A ministra de Cultura, Aurélie Filippetti, já havia se pronunciado a favor da anulação da venda.

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