Lance Armstrong é entrevistado por Oprah Winfrey, em Austin, no Texas: o ex-ciclista finalmente admitiu o uso de drogas de melhora de desempenho durante sua carreira (REUTERS/Harpo Studios, Inc/George Burns)
Da Redação
Publicado em 18 de janeiro de 2013 às 06h18.
Redação Central - O ex-ciclista americano Lance Armstrong reconheceu durante entrevista à jornalista Oprah Winfrey que se dopou pela última vez em 2005, mas garantiu não ter usado substâncias proibidas em 2009 e 2010, quando voltou a competir na Volta da França.
"Tudo o que se disse de mim no relatório apresentado pela USADA (a agência antidoping dos EUA) é correto, menos que me dopei em 2009 e 2010, e foi isso o que me enfureceu", destacou.
A primeira parte da entrevista foi ao ar nesta quinta-feira na rede de Oprah Winfrey, e a segunda será transmitida na noite desta sexta.
Armstrong admitiu ter se dopado durante toda a carreira e tomado todo tipo de substâncias proibidas para melhorar seu rendimento nos sete títulos de Volta da França que ganhou.
Depois de perder todos esses títulos e ser suspenso de forma definitiva do esporte, Armstrong recebeu nesta semana uma carta do Comitê Olímpico Internacional (COI) pela qual é requisitada a devolução da medalha de bronze conquistada nas Olimpíadas de Sydney, em 2000.
Armstrong confirmou ter usado testosterona, cortisona e hormônio do crescimento humano, além de ter se submetido a transfusões de sangue para ocultar o doping.
Questionado por Oprah se era possível vencer a Volta da França sete vezes seguidas sem fazer uso de substâncias proibidas, o ex-ciclista foi claro: "Não, em minha opinião".
Na sequência, Armstrong foi categórico ao dizer que na sua época ninguém conseguiria vencer essa competição sem se dopar.
"Estou aqui para reconhecer meus erros e pedir desculpas. Os cinco que não se doparam naquelas Voltas da França foram os verdadeiros heróis. Nosso sistema era profissional e inteligente, sem riscos, com precaução, mas não foi o maior. Não inventei essa cultura, mas não fiz nada para detê-la", reconheceu.
Por fim, o ex-ciclista voltou a afirmar que 2005 foi o último ano em que fez uso do doping, garantindo que são falsas as acusações de que teria seguido essa prática em 2009, quando retornou a competir profissionalmente.