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Johnny Depp revela que nunca viu "Piratas do Caribe"

Declaração ocorreu em depoimento do caso de difamação contra sua ex-mulher, Amber Heard, que escreveu um artigo de opinião em dezembro de 2018 sobre ser uma sobrevivente de violência doméstica

Johnny Depp (Ken Ishii/Getty Images)

Johnny Depp (Ken Ishii/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 20 de abril de 2022 às 14h59.

Em continuidade ao caso de difamação contra a ex-mulher, Amber Heard, o ator americano Johnny Depp revelou, na terça-feira, durante seu depoimento no Tribunal do Condado de Fairfax, na Virgínia, nos EUA, que nunca viu "Piratas do Caribe". Segundo o portal "Independent", a declaração foi dada após ele ser questionado sobre os filmes que marcaram sua carreira.

Depp deu vida pela primeira vez ao famoso papel do capitão Jack Sparrow no início da saga, "Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra" (2003).

"Eu não vi. Mas acredito que o filme foi muito bem, aparentemente, e eles queriam continuar, fazendo mais e eu estava bem em fazer isso. Não é como se você se tornasse essa pessoa, mas se você conhece esse personagem na medida em que eu conhecia; porque ele não era o que os escritores escreveram, então eles realmente não foram capazes de escrever para ele… Os escritores, é quando você tem que ser fiel ao personagem e adicionar suas palavras", disse Depp.

O ator retomou o papel de Sparrow nas sequências de "Piratas do Caribe": "O Baú da Morte" (2006), "No Fim do Mundo" (2007), "Navegando em Águas Misteriosas" (2011) e "A Vingança de Salazar" (2017).

"Achei que tinha todas as características de um filme da Disney, ou seja, uma espécie de estrutura previsível de três atos. O personagem do Capitão Jack era mais como um tipo de espadachim que iria balançar sem camisa e ser o herói", afirmou. "Eu tinha ideias bem diferentes sobre o personagem, então incorporei minhas anotações ao personagem e dei vida a ele. Para grande desgosto da Disney, inicialmente".

Depp deve retornar ao banco das testemunhas nesta quarta-feira. Em três horas de depoimento no dia anterior, o ator admitiu que ele e Heard discutiam, mas reforçou que nunca a agrediu. Para ele, foi um "choque completo" cerca de seis anos atrás, quando a ex-mulher "fez algumas acusações bastante hediondas e perturbadoras" de que ele se tornou violento durante o relacionamento deles.

"Eu mesmo nunca cheguei ao ponto de bater na Sra. Heard de forma alguma, nem nunca bati em qualquer mulher na minha vida", afirmou Depp. "A verdade é a única coisa que me interessa. Estou obcecado com a verdade".

Depp, de 58 anos, alega que Heard, 35, o difamou quando escreveu um artigo de opinião em dezembro de 2018 no "Washington Post" sobre ser uma sobrevivente de violência doméstica. Ele entrou com uma ação de US$ 50 milhões contra Heard naquele mesmo ano.

O artigo nunca mencionou Depp pelo nome, mas o advogado de Depp, Benjamin Chew, disse aos jurados há uma semana que estava claro que Heard estava se referindo ao protagonista de Hollywood.

Os advogados de Heard argumentaram que ela disse a verdade e que sua opinião foi protegida como liberdade de expressão pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA. Nos argumentos iniciais, os advogados de Heard disseram que Depp a agrediu física e sexualmente enquanto abusava de drogas e álcool.

Um juiz do tribunal estadual do condado de Fairfax, na Virgínia, está supervisionando o julgamento, que está em sua segunda semana e deve durar seis semanas.

Menos de dois anos atrás, Depp perdeu um caso de difamação contra o "The Sun", um tablóide britânico que o rotulou de “espancador de esposas”.

No caso dos EUA, Depp e Heard apresentaram longas listas de potenciais testemunhas que podem chamar, incluindo o ex-namorado de Heard e presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, e o ator James Franco.

Os advogados de Depp disseram que abriram o caso no condado de Fairfax, fora do Distrito de Columbia, porque o "Washington Post" é impresso em uma instalação de lá. O jornal não é réu no caso.

Os Estados Unidos são um fórum difícil para autores de difamação, especialmente figuras públicas como Depp, que devem provar por evidências claras e convincentes que Heard fez alegações falsas conscientemente.

Heard, conhecida por papéis em "Aquaman" e "Liga da Justiça", apresentou sua própria acusação de difamação contra Depp, dizendo que ele a difamou chamando-a de mentirosa.

A reconvenção de Heard, pedindo US$ 100 milhões em danos, será decidida como parte do julgamento.

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