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Jogos de Inverno: russa de 15 anos testa positivo para doping

Valieva protagonizou um dos destaques dos Jogos de Inverno ao realizar os primeiros saltos quádruplos de uma mulher em uma competição olímpica na segunda-feira

Patinadora russa Kamila Valieva treina durante a Olimpíada de Inverno Pequim 2022. (Evgenia Novozhenina/Reuters)

Patinadora russa Kamila Valieva treina durante a Olimpíada de Inverno Pequim 2022. (Evgenia Novozhenina/Reuters)

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Reuters

Publicado em 11 de fevereiro de 2022 às 09h36.

A adolescente sensação da patinação artística Kamila Valieva testou positivo em exame antidoping antes de conquistar medalha de ouro na Olimpíada de Inverno de Pequim, e autoridades olímpicas vão contestar a decisão da Rússia de deixá-la competir nos Jogos, disse a Agência Internacional de Testes (ITA) nesta sexta-feira.

A medalha de ouro da jovem de 15 anos e o futuro da Olimpíada agora estão em jogo enquanto o Comitê Olímpico Internacional (COI) tenta marcar posição sobre o doping russo.

A patinadora é uma das atletas olímpicas mais jovens a testar positivo para uma substância proibida e muitos torcedores ao redor do mundo expressaram indignação sobre como ela passou a ter uma droga proibida para angina em seu corpo.

"É uma pena, e os adultos responsáveis ​​deveriam ser banidos do esporte para sempre!!!", afirmou a estrela da patinação artística alemã Katarina Witt no Facebook. "O que eles fizeram com ela conscientemente, se for verdade, não pode ser superado em desumanidade e faz meu coração de atleta chorar infinitamente."

Atletas russos estão competindo em Pequim sem sua bandeira e hino nacional por causa de sanções contra a Rússia por violações anteriores. A Rússia reconheceu algumas deficiências na implementação das regras antidoping, mas nega a execução de um programa de doping patrocinado pelo Estado.

Um desafiador Kremlin disse na sexta-feira estar convencido de que o teste de drogas positivo de Valieva foi um "mal-entendido".

"Mantenha a cabeça erguida, você é russa", pediu o porta-voz de Moscou, Dmitry Peskov, a Valieva em uma teleconferência com repórteres. "Vá com orgulho e vença todos."

Valieva protagonizou um dos destaques dos Jogos de Inverno ao realizar os primeiros saltos quádruplos de uma mulher em uma competição olímpica na segunda-feira.

Seu sonho olímpico, no entanto, se transformou em um pesadelo na sexta-feira, quando o ITA revelou publicamente que ela havia testado positivo para a droga proibida para angina Trimetazidina em uma amostra de urina coletada pelas autoridades russas no campeonato nacional em São Petersburgo em 25 de dezembro.

O laboratório de testes em Estocolmo, na Suécia, informou na terça-feira que sua amostra foi positiva, um dia depois que ela impressionou o mundo com seus saltos quádruplos únicos e ajudou a ganhar o ouro para sua equipe, que está competindo como Comitê Olímpico Russo (ROC).

Não ficou imediatamente claro por que houve tanto atraso entre o teste e o resultado, o que lhe permitiu viajar para Pequim e participar do primeiro de seus dois eventos.

O COI disse que o tratamento deste caso se deu inicialmente com as autoridades russas de testes e depois com o laboratório credenciado pela Agência Mundial Antidoping (Wada) na Suécia.

A Agência Antidoping Russa (Rusada) não respondeu às perguntas da Reuters.

A principal autoridade antidoping dos Estados Unidos, Travis Tygart, que desvendou a operação de doping do ciclista norte-americano Lance Armstrong, expressou solidariedade por Valieva, mas disse que os EUA podem usar novas leis para processar pessoas ao seu redor.

"Atletas limpos merecem mais, e essa pobre jovem merece mais", disse Tygart, chefe da Agência Antidoping dos EUA (Usada), à Reuters na sexta-feira. "Ela está sendo mastigada (por doping) pelo sistema estatal russo."

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