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Ítalo Ferreira, Medina e outros surfistas contam como enfrentam quarentena

Sem competições, atletas da World Surf League refletem sobre vida durante quarentena e pandemia

Ítalo Ferreira: surfistas brasileiros contam sobre semanas na quarentena (Kelly Cestari/WSL/Getty Images)

Ítalo Ferreira: surfistas brasileiros contam sobre semanas na quarentena (Kelly Cestari/WSL/Getty Images)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 6 de maio de 2020 às 07h00.

Última atualização em 6 de maio de 2020 às 07h00.

Com todas as provas de surfe adiadas pela WSL (World Surf League), pelo menos, até junho, atletas brasileiros como os campeões mundiais Italo Ferreira, Gabriel Medina e Adriano de Souza estão mantendo as regras de isolamento social e aproveitando o tempo livre, também, para manter o condicionamento físico, necessário assim que as competições voltarem.

Para os surfistas, os desafios da pandemia está ensinando a humanidade a valorizar as coisas mais simples da vida, a desacelerar e também que é preciso cuidar mais do planeta.

Confira alguns depoimento dos atletas à WSL, que falaram sobre suas rotinas e expectativas:

Ítalo Ferreira

O atual campeão mundial Ítalo Ferreira conta que está treinando muito para manter a forma, em sua academia em casa, além de tomar cuidado com a alimentação. “Aqui em Baia Formosa (RN) não temos casos ou mortes pela Covid-19. A entrada de turistas está bloqueada para evitar aglomerações e a proliferação do vírus. Com as devidas precauções, tenho treinado dentro e fora da água. Às vezes posto treinos para incentivar as pessoas a fazerem o mesmo e se sentirem bem. Mas tento aproveitar a vida sem as mídias sociais e tem sido uma ótima experiência”, diz.

“Esse é um tempo de reflexão para todos nós. Temos de agradecer pela vida e pensar no que podemos melhorar”, finaliza

Italo Ferreira

Italo Ferreira (Kelly Cestari/WSL/Getty Images)

Lucas Chumbo

Considerado um dos melhores atletas de ondas gigantes do mundo, Lucas Chumbo conta que também tem treinado e assistido séries. “Estou em Saquarema (RJ) e confesso que está difícil ficar longe do mar. Mas temos de respeitar as autoridades e ficar em casa”, diz.

João Chianca

Já João Chianca, campeão sul-americano da WSL Latin America em 2019, recentemente teve uma pequena lesão no tornozelo, conta que não vê a hora de surfar novamente. “Não vejo a hora de voltar à competição e sei que vou vestir a lycra novamente muito em breve”.

Gabriel Medina

Desde o comunicado do isolamento social, Gabriel Medina está em Maresias, São Sebastião (litoral norte do Estado de São Paulo). “Estou ativo, faço exercícios físicos diariamente, leio, aprendo violão, faço vídeos no aplicativo TikTok e assisto series e filmes”, diz o bicampeão mundial (2014 e 2018).

Gabriel Medina

Gabriel Medina (Tony Heff/WSL/Getty Images)

Miguel Pupo

Também aproveita para ficar com as filhas o atleta Miguel Pupo: “Pude ver a Serena falar as primeiras palavras e a Luna aprender várias coisas. Perdemos isso quando estamos na estrada. Mas sinto falta das competições, que parecem estar distantes”, diz o surfista.

Tainá Hinckel

A catarinense campeã sul-americana Pro Junior (2016), também é beneficiada com o retorno ao mar: “Acho legal estar liberado o surfe, desde que as pessoas respeitem a distância de segurança”.

Filipe Toledo

Há pelo menos sete anos, o surfista não ficava tanto com sua família como atualmente. “Aqui na Califórnia houve um período mais severo, aproveitei para cuidar da casa, curtir meus filhos, Mahina e Koa, e andar com meu simulador de surfe smoothstar, que me aproxima do esporte. Agora que já temos algumas praias liberadas, volto para a água”, conta.

Filipe Toledo

Filipe Toledo (Ed Sloanei/WSL/Getty Images)

Willian Cardoso

Outro que está mais perto do filho é Willian Cardoso: “Estou sem surfar desde que voltei da Austrália. Dá saudade das viagens, mas estou feliz e brincando com o Lucas”. Cardoso entrou na QS 2017 e conquistou uma vitória no seu ano de estreia no circuito mundial CT, em 2018, na etapa de Uluwatu, na Indonésia.

Silvana Lima

“Estou limpando a casa, cozinhando e brincando com os meus cinco cães. Acostumei a ficar sem surfar e sem academia, por causa das operações (para curar lesões no joelho direito), que me afastaram por oito meses”, conta a classificada para representar o Brasil nos Jogos de Tóquio, no ano que vem.

Silvana Lima

Silvana Lima (Laurent Masurel/WSL/Getty Images)

Adriano de Souza

Campeão mundial em 2015, ele diz que ficou cinco semanas em isolamento, mas como mora em Florianópolis (SC), onde as praias estão liberadas, já voltou a surfar. “Estou com saudades dos meus pais, que moram no Guarujá e estão no grupo de risco, mas não posso ir vê-los”, diz, chateado, o atleta.

Adriano de Souza

Adriano de Souza (WSL/Divulgação)

Lucas Vicente

Campeão mundial na categoria Pro Júnior da World Surf League, afirma que voltou a surfar, mas durante a quarentena diz ter se dedicado à culinária: “Tenho aprendido novas receitas”. Essa pandemia, na visão de Lucas Vicente, veio para mostrar que a felicidade está nas coisas mais simples. “Na correria do dia a dia a gente esquece o que é realmente importante”.

Tatiana Weston-Webb 

“Aqui no Kauai (ilha do arquipélago havaiano) podemos surfar e estou passeando nas cachoeiras, plantando no meu jardim, cozinhando e me alimentando muito bem. Fazendo coisas que me deixam feliz”. A atleta está morando com o noivo, o surfista Jesse Mendes. “Estávamos juntos quando descobrimos sobre a pandemia e quando nossos eventos foram cancelados, decidimos permanecer juntos e Jessé veio para Kauai. Não queríamos de jeito nenhum ficar longe, como geralmente acontece quando a temporada está off”, diz a atleta que tem garantida a vaga nos Jogos Olímpicos 2021.

Tatiana Weston-Webb 

Tatiana Weston-Webb (Ed Sloane/WSL/Getty Images)

Ação durante pandemia

A WSL, em parceria com os melhores surfistas do mundo, também está com ação do bem, que incentiva seus atletas a ajudarem os negócios locais de suas cidades. Trata-se da campanha #StayLocal, que tem os dizeres: “encomende uma nova prancha no shaper local, compre presentes na loja de surf local ou peça cafés on-line no café local. As comunidades são compostas por pessoas e, se você puder, o #StayLocal está incentivando a ajudá-las. Os melhores surfistas do mundo estão fazendo o mesmo no apoio às suas respectivas comunidades locais e a WSL está igualando seu apoio através do programa #StayLocal”.

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