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Instrutores de um dos maiores parques de esqui dos EUA entram em greve

Greve de 200 patrulheiros por melhores salários paralisa 80% das pistas em Park City Mountain Resort, gerando queixas e impacto financeiro

Longas filas e pistas fechadas marcaram o fim de ano no Park City Mountain Resort devido à greve dos patrulheiros. (Park City Mountain Resort/Divulgação)

Longas filas e pistas fechadas marcaram o fim de ano no Park City Mountain Resort devido à greve dos patrulheiros. (Park City Mountain Resort/Divulgação)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 6 de janeiro de 2025 às 09h34.

Utah viveu uma temporada de esqui tumultuada no final de 2024, quando 200 patrulheiros de esqui e profissionais de segurança iniciaram uma greve no Park City Mountain Resort, um dos maiores dos Estados Unidos.

Exigindo melhores salários e benefícios, os trabalhadores paralisaram atividades, fechando grande parte das pistas e deixando turistas enfrentando longas filas e condições lotadas nas poucas áreas abertas. A reportagem é da Business Insider.

A greve começou em 27 de dezembro, coincidindo com uma forte nevasca que trouxe mais de 60 centímetros de neve à região — cenário ideal para os esquiadores, mas que resultou em frustração devido às limitações impostas pela falta de equipe. Segundo relatos de visitantes, apenas 20% da montanha estava acessível, e as filas para os teleféricos chegavam a durar até uma hora.

A situação afetou diretamente turistas como Jim Lebenthal e sua família. “Foi uma decepção completa. Passávamos mais tempo nas filas do que esquiando,” lamentou Lebenthal, que pagou mais de US$ 300 (R$ 1.848) por bilhetes diários. As queixas também se voltaram para a falta de comunicação por parte do resort, operado pela gigante Vail Resorts, que não alertou os clientes sobre os impactos da greve.

O impasse com a gestão

Os patrulheiros, representados pelo sindicato Park City Professional Ski Patrol Association (PCPSPA), pedem aumento no salário-base de US$ 21 para US$ 23 (R$ 129 a R$ 141) por hora, além de ajustes por custo de vida, folgas remuneradas e benefícios como auxílio-saúde e licença parental. Segundo Margaux Klingensmith, gerente do sindicato, muitos patrulheiros enfrentam dificuldades para arcar com aluguel e mantimentos.

Embora a Vail Resorts tenha declarado que seus salários e benefícios são competitivos, o sindicato aponta que a disparidade salarial entre patrulheiros iniciantes e experientes, além da falta de incentivos, contribui para a alta rotatividade.

Enquanto a greve avança para sua segunda semana, os patrulheiros têm recebido apoio financeiro de um fundo de greve, que já arrecadou mais de US$ 233 mil (R$ 1,43 milhão) em doações.

Impactos financeiros e insatisfação dos turistas

Além de prejudicar a experiência dos visitantes, a paralisação causou um impacto financeiro significativo. As ações da Vail Resorts caíram cerca de 6% na última semana de dezembro, refletindo o descontentamento dos clientes e o cenário de incerteza.

Muitos esquiadores, como TF Jenkins, afirmaram que não retornarão ao resort. “Prefiro apoiar resorts familiares menores do que lidar com esse tipo de situação,” disse Jenkins, que enfrentou filas caóticas e pistas superlotadas.

O impacto também foi sentido nos esforços da Vail Resorts para manter a segurança. Sem patrulheiros suficientes, muitos visitantes relataram que as condições das pistas se tornaram perigosas, com esquiadores de diferentes níveis se aglomerando nas mesmas áreas.

Embora o resort tenha garantido que continuará aberto, a continuidade da greve pode comprometer o restante da temporada de esqui. O caso de Park City ressalta os desafios enfrentados por grandes empresas na gestão de conflitos trabalhistas e o impacto direto que isso pode ter na experiência dos clientes e na reputação corporativa.

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