Infiniti QX50 (Infiniti/Divulgação)
Anderson Figo
Publicado em 7 de janeiro de 2019 às 07h56.
Os motoristas que compram carros novos hoje em dia normalmente não precisam se preocupar se um eixo do veículo vai quebrar na beira de uma estrada ou se os freios vão falhar em uma colina íngreme. De modo razoável, pode-se esperar obter ar-condicionado e bancos dianteiros aquecidos como itens padrão e pode-se esperar que a tecnologia dentro do carro funcione intuitivamente e aperfeiçoe, ao invés de inibir, a experiência de dirigir.
No entanto, mesmo assim ainda encontramos muito do que reclamar. Afinal, nem todos os carros de luxo modernos são criados do mesmo modo. Alguns têm materiais de má qualidade revestindo as paredes interiores, outros não têm a potência e o torque à altura de seus concorrentes. Outros são simplesmente entediantes. Já escrevi sobre os melhores carros que dirigi neste ano, então desta vez vou falar sobre dois dos piores.
A Infiniti lançou recentemente um carro esportivo híbrido "Project Black" inspirado na Fórmula 1. Ele tem 563 cavalos de potência e um conjunto de motor e transmissão híbrido-elétrico desenvolvido pela Renault. Este é o melhor carro que a Infiniti fabrica - e nem está disponível para consumidores comuns. No outro extremo do espectro familiar, por assim dizer, está o SUV QX50.
Este SUV parece grande, mas vem com apenas quatro cilindros e 268 cavalos de potência. (Pise no acelerador e você sentirá uma resposta anêmica). Ele se move desajeitadamente nas curvas. Os displays da cabine interna parecem ter saído diretamente de 2008: tão sem graça quanto o corpo externo, exceto pelas várias fontes diferentes usadas nos displays gráficos, que são desconcertantes.
O QX50 tem espaço suficiente dentro da cabine, bem como espaço de armazenamento adequado. E dá para dirigir. Acho que isso já é alguma coisa.
Não consigo imaginar nenhuma razão para você comprar o Acura RDX.
O RDX tem mais cavalos de potência e torque do que as versões mais simples do Porsche Macan e do BMW X3. Mas os detalhes e o acabamento no interior não parecem de qualidade. A aparência robótica do exterior, com uma grade dianteira esquisita, estraga o apelo geral do carro. Além disso, o manejo não tem graça e o design da tecnologia, de modo geral, é estranho. Este carro não compete com o que há de melhor entre os diversos crossovers.
O equipamento de entretenimento e clima, com touchpad e um botão de controle central (a "Acura True Touchpad Interface"), só perde para o Lexus no quesito estranheza do design. Atrás do volante, o manejo sem graça e a falta de qualquer personalidade discernível ou idiossincrasia na direção - uma nota de motor gutural ou um torque mais maldoso seria bom! - faz com que ele não passe de um mero coadjuvante.
Para um comprador exigente, valeria a pena considerar os SUVs pequenos da Porsche ou da BMW. Ou melhor ainda, se você quiser economizar dinheiro, aposte no excepcional Volvo XC60. Por enquanto, deixe o RDX para lá.