Hotel Tivoli Liberdade: ícone renovado (Tivoli/Divulgação)
Ivan Padilla
Publicado em 18 de outubro de 2022 às 10h59.
Última atualização em 18 de outubro de 2022 às 13h43.
Turistas podem ser divididos em duas categorias: aqueles que gostam de aproveitar tudo o que um hotel consegue oferecer e os que preferem passar o dia (e a noite) na rua, batendo perna e mal parando para pernoitar no quarto. Não há certo e nem errado aqui. São estilos diferentes de viagem.
O Tivoli Liberdade, em Lisboa, é um desses hoteis que dá pena não desfrutar. Trata-se de um dos mais icônicos da capital portuguesa, uma espécie de Copabacana Palace lisboeta. É lá onde acontecem recepções, festas beneficentes e bailes de gala para a sociedade local.
Ao mesmo tempo, o prédio que completará 90 anos em 2023 concentra uma série de atrações em alta para os hóspedes e também para visitantes ocasionais e moradores da cidade. A localização é privilegiada. Na arborizada avenida Liberdade estão as melhores lojas de grife. Aos sábados, acontece por lá uma feira de comida e artesanato.
“O Tivoli Avenida Liberdade é um dos hotéis mais tradicionais da cidade. Mas sempre procuramos aliar o serviço irrepreensível a uma oferta mais contemporânea, que permita ampliar o leque de clientes”, diz o diretor geral do hotel, João Prista. “Daí a nossa aposta em espaços com ambiente cool. Por aqui, além de uma refeição especial, os visitantes vão sempre encontrar a melhor vista de Lisboa, excelentes DJs nacionais e internacionais e muitas caras conhecidas.” Para portugueses e para brasileiros.
Em 2015, a marca Tivoli foi comprada pelo grupo tailandês Minor. A rede contava então com dez hoteis em Portugal e dois no Brasil, um em São Paulo e outro na Praia do Forte, na Bahia. Essa pode ser uma das razões pela qual o hotel de Lisboa tornou-se uma referência para os brasileiros.
Caetano Veloso, Fernanda Lima, Rodrigo Hilbert, Taís Araújo e Lázaro Ramos são algumas celebridades brasleiras que frequentam o Tivoli Liberdade. Mas a conexão com o Brasil vem de antes. A atriz portuguesa Beatriz Costa morou por mais de 40 anos no hotel. No lobby, recebia amigos como os escritores Jorge Amado e Zélia Gattai.
A lista de hóspedes célebres que passou pelo Tivoli inclui Fidel Castro, Charles Aznavour, Tony Blair, Václav Havel, Henry Fonda, Maria Callas, Mário Vargas Llosa, Nelly Furtado, Neil Armstrong, Plácido Domingo, Shimon Peres e Geraldine Chaplin. Conheça a seguir as atrações do hotel.
Ou uma das melhores vistas, vá lá. Afinal, é dura a competição entre tantos mirantes espalhados pela cidade. Mas é sempre melhor ver as telhas portuguesas das casas antigas, o castelo de São Jorge no alto e o rio Tejo ao fundo com um drinque na mão.
Nos anos mais recentes, modernos bares nos rooftops de prédios e hotéis têm se espalhado por Lisboa e atraem tanto os visitantes como moradores locais na hora do equivalente ao nosso happy hour.
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O Sky Bar by Seen, no nono andar do hotel Tivoli, na Avenida Liberdade, é o ponto de encontro do momento. Com música alta saindo das caixas de som, o bar oferece uma bela vista em 180 graus da cidade. Chegue até às 18 horas para pegar uma das mesas encostadas na parede de vidro e peça o Wasabi Papi, drinque que leva gin Beefeater, wasabi, gengibre, erva príncipe e suco de limão, por 14 euros.
Só existe um ponto mais alto do que o Sky Bar no Tivoli, e é o restaurante Seen. O cardápio assinado por Olivier da Costa é meio português, meio brasileiro. Estão na carta carne Wagyu, peixe e marisco da costa portuguesa, e também palmito, pupunha e mandioca.
O black cod marinado com legumes frescos e purê de aipo desmancha na boca. Uma boa opção para entrada é o carpaccio de polvo. Essa refeiçao, acompanhada de uma boa taça de alvarinho, sai por uns 70 euros. Para quem é local e não chega com a avidez de um turista por bacalhau, boas opções por lá são o sushi bar e o bar de ostras.
A decoração é art déco, com luz baixa. Capriche no look. O dress code pedido é casual chic e os portugueses gostam de se arrumar para sair.
Tem ótima comida no andar térreo do Tivoli também. Em frente ao lobby fica a cervejaria Liberdade. Não se prenda ao nome. Cervejarias, em Portugal, não se referem exatamente a bares de cerveja, e sim restaurantes especializados em frutos do mar, quase sempre salões com luz branca e aquário com as futuras refeições.
Uma das mais sofisticadas é a Liberdade. Uma das atrações da casa é o polvo, em duas versões. O arroz de polvo tem a consistência de um risoto com pedaços caprichadas do molusco e molho à base de tomate e coentro e sai por 26 euros.
Um pouco mais leve, mas nem tanto, é o polvo à lagareiro, grelhado acompanhado de batatas ao murro e grelos, o equivalente ao nosso espinafre, que custa 29 euros. Isso sim, regado a muito bom azeite. Para acompanhar peça um vinho branco de uva local, como arinto.
Uma massagem é um bom programa depois de subir e descer as ladeiras do Bairro Alto e da Alfama. No primeiro subsolo do Tivoli fica o Anantara Spa, que oferece, segundo a direção do hotel, antigas terapias do extremo Oriente com rituais portugueses.
São seis salas, individuais ou para casais. Entre as terapias indicadas estão a chamada Massagem de Assinatura Ananatara, de 60 ou 90 minutos, com mistura de óleos e movimentos específicos, para estimular a circulação e promover um relaxamento profundo.
Já a Soin Collagéne Caviar, de 80 minutos, é recomendada para peles desvitalizadas, desidratadas e menos tonificadas. As propriedades regeneradoras e antioxidantes do caviar (sim, caviar) são aqui o segredo para a beleza e a juventude da pele. Esse tratamento garante o suavizamento das rugas e uma pele vitalizada, firme e flexível.