No caso de ex-fumantes que pararam com o vício havia muito tempo, a queda das funções cognitivas não apresentou diferença em relação a quem nunca fumou (Alex Silva/Saúde)
Da Redação
Publicado em 8 de fevereiro de 2012 às 14h17.
São Paulo – Uma pesquisa feita pela University College London comprovou a existência de mais um malefício para a saúde que o hábito de fumar provoca. De acordo com o estudo publicado no periódico Archives of General Psychiatry, o cigarro pode causar danos cerebrais em homens de meia-idade, prejudicando sua capacidade cognitiva desde os 45 anos.
A conclusão foi tirada após a realização de testes com 5.099 homens e 2.137 mulheres de 44 a 69 anos de idade durante três períodos, de 1997 a 1999, de 2002 a 2004 e de 2007 a 2009. As pessoas eram submetidas a exames de memória, vocabulário, raciocínio e fluência verbal. Depois, a soma dos resultados foi cruzada com o status de fumantes ou não fumantes dos indivíduos durante os dez anos de pesquisa.
Dessa forma, foi possível perceber que a capacidade cognitiva dos homens fumantes caiu bem mais rapidamente do que nos que não fumam. Apesar dos danos do cigarro, quem parou de fumar pelo menos 10 anos do início do estudo apresentou resultados similares aos de quem nunca fumou.
Os pesquisadores acreditam que isso se deve ao fato de que, após decidir parar de fumar, as pessoas passam a ter hábitos saudáveis em vários aspectos da vida, às vezes até melhores do que de quem nunca fumou. Entre as mulheres, o estudo também não percebeu nenhuma diferença significativa nos resultados da queda de capacidade cognitiva em fumantes e não fumantes.
Esse resultado, segundo os responsáveis pela pesquisa, pode ser explicado pelo fato de o estudo ter englobado menos mulheres do que homens. Além disso, elas costumam fumar menos do que eles, o que pode não ter prejudicado significativamente suas habilidades em relação a quem nunca teve esse hábito.