Filme "O Homem de Aço": roteiro toma algumas liberdades a partir da própria história da crise de Krypton e reforça o tom sombrio (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2013 às 17h37.
São Paulo - Depois de uma ausência de 7 anos nas telas, o herói Superman ressurge, apoiado numa repaginada dark, em "O Homem de Aço", de Zack Snyder (‘300"), que escala o britânico Henry Cavill ("Imortais") na pele do protagonista.
Não há, propriamente, uma reinvenção do personagem dos quadrinhos, um refugiado do planeta extinto Krypton na Terra, e cujo nome é, desta vez, omitido do título do filme, já tomando distância das adaptações protagonizadas, nos anos 1970 e 1980, por Christopher Reeve, e por Brandon Routh em "Superman - O Retorno" (2006).
O roteiro, desta vez assinado por David S. Goyer (de "Batman Begins"), toma algumas liberdades a partir da própria história da crise de Krypton e reforça o tom sombrio.
O filme começa com o nascimento de Kal-El, o futuro herói, de modo natural - esta, por si só, uma transgressão às severas regras de controle biológico vigentes naquele planeta, cometida pelo casal Jor-El (Russell Crowe) e Lara (Ayelet Zurer).
Jor-El é líder respeitado em Krypton, que está em rápida degeneração ambiental. Mal tem tempo de enviar para a Terra, o planeta identificado como com melhores condições, para abrigar seu filho, que viaja dentro de uma pequena nave.
Logo mais, Krypton é varrido do mapa. Jor-El vai reaparecer adiante, sim, mas transformado apenas numa projeção de si mesmo, que deverá orientar seu filho no futuro quanto à missão de usar bem seus super-poderes em seu novo lar.
Adotado, como um literal presente do céu, por um casal morador de uma fazenda no Kansas, Martha (Diane Lane) e Jonathan Kent (Kevin Costner), o garoto tem problemas para lidar com suas incríveis capacidades físicas. O pai adotivo consegue convencê-lo a não usar sua força descomunal contra vários colegas da escola, que o tornam alvo de bullying.
Convertido num pacifista, mas também num solitário, Clark Kent (Henry Cavill), que ainda desconhece sua verdadeira origem, viaja pelo país, mantendo empregos, como num barco de pesca e numa plataforma petrolífera, em que sua excepcional capacidade física vem a calhar.
E assim permanece, até que seu caminho cruza com o da repórter Lois Lane (Amy Adams), que investiga a descoberta de uma suposta nave espacial sob o gelo. É aí que o herói vai descobrir sua verdadeira identidade e começar a ter problemas com a polícia e o governo, que enxergam ameaças terroristas em tudo, nele inclusive.
O grande vilão, porém, ainda está para chegar. Trata-se do general Zod (Michael Shannon), que disputará o planeta Terra com Kal-El, já que pretende ressuscitar Krypton por aqui, ainda que à custa da eliminação de toda a humanidade.
Encarnando o herói com charme discreto, Henry Cavill usa sua bela figura sem espalhafato para renovar o personagem vivido com tanta personalidade por Christopher Reeve e, sem deixar saudades, por Brandon Routh.
A quatro vezes indicada ao Oscar Amy Adams ("O Mestre") também é um belo achado na pele de Lois Lane, cuja importância tende a crescer nas esperadas sequências da nova franquia. Assim como Laurence Fishburne ("Matrix"), sempre acrescentando uma credibilidade com toque cínico, como o editor do jornal "Planeta Diário", Perry White.
Produzido de olho numa plateia predominantemente adolescente, o filme sai em versões 3D e Imax, além das convencionais, visando valorizar as muitas sequências de efeitos especiais, retratando explosões de prédios, pedaços de edifícios voando pelos ares, entre milhares de transeuntes em fuga.
Todos procuram escapar da fúria do vilão Zod e de auxiliares temíveis, como a dura de matar Faora (a atriz alemã Antje Traue). Essas sequências de fúria digital duram um pouco além da conta, quebrando o ritmo do filme e chegam a cansar.
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