Mulan: o filme que seria lançado nos cinemas chegou ao público brasileiro através do Disney+ (Disney+/Reprodução)
Daniel Salles
Publicado em 3 de março de 2021 às 06h10.
Para o diretor-presidente da Walt Disney, Bob Chapek, ocorreram mudanças fundamentais no comportamento das pessoas sobre ir ao cinema, tendências que devem se manter após a pandemia.
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“O consumidor provavelmente está mais impaciente do que nunca, especialmente porque agora tiveram o luxo de passar um ano inteiro recebendo títulos em casa praticamente quando queriam”, disse Chapek na segunda-feira em conferência de mídia e tecnologia organizada pelo Morgan Stanley. “Não tenho certeza se há volta.”
Os comentários chamam a atenção vindo da Disney, uma empresa que dominava as bilheterias antes da pandemia. Chapek, que passou boa parte do início da carreira na divisão de entretenimento doméstico da Disney, disse que continuará a experiência de oferecer filmes online para compra - ou transferi-los mais rapidamente para serviços de streaming.
“Certamente, não queremos fazer nada como prejudicar uma exibição no cinema”, disse Chapek. Mas a abordagem antiga - segundo a qual um filme poderia sair dos cinemas e ainda não estar disponível para exibição em casa - não é mais viável, disse.
“Gostamos de deixar o consumidor ser nosso guia em quase todas as situações”, afirmou. “Não acho que haverá tolerância para um título ficar fora dos cinemas por meses e ainda não ter a chance de ser lançado no mercado em outro canal de distribuição.”
A Disney tinha a maior participação de mercado de qualquer distribuidora de filmes em 2019, antes de a crise da Covid-19 fechar cinemas no mundo todo. Mesmo com a reabertura dos cinemas, os cinéfilos demoram a voltar.
A Disney e outros estúdios de Hollywood evitaram estrear alguns de seus maiores filmes nos cinemas. Em alguns casos, foram lançados diretamente para consumidores em serviços de streaming ou disponibilizados para compra online.