O mesmo palco utilizado para a inauguração foi o espaço no qual os atletas se despediram da experiência pan-americana (Alfredo Estrella/AFP)
Da Redação
Publicado em 31 de outubro de 2011 às 07h44.
Guadalajara - Guadalajara disse adeus aos 16 Jogos Pan-Americanos no meio de uma cerimônia cheia de nostalgia, cor e música.
O mesmo palco utilizado para a inauguração, que simulava os campos da planta de onde se extrai a tequila, foi o espaço no qual os atletas se despediram da experiência pan-americana 'na pérola tapatía' como é conhecida esta cidade.
Apesar de o comitê organizador e as autoridades terem recomendado chegar com muito tempo de antecipação, as portas do Estádio Omnilife só foram abertas até depois das 17h (horário local), quando o cantor Ricky Martin terminou o teste de som para sua apresentação.
Na chegada, muitos torcedores enfrentaram o problema da dupla emissão de ingressos por parte da empresa comercializadora, como ocorreu em outros estádios.
Com bilhete em mão, alguns reivindicaram como seus os lugares alocados à imprensa, mas foram compensados com lugares melhor localizados que os que inicialmente adquiriram.
A emoção teve início uma hora antes. As tribunas se transformaram em um oceano que se movimentava ao ritmo das ondas que o público fazia entre gritos e assobios, que só se apaziguou quando as luzes do Omnilife se apagaram e a doce voz da cantora Ely Guerra entoou o hino mexicano como uma antecipação à nostalgia que caracterizou a noite.
Uma enorme tela no centro do estádio fez uma apuração da abertura e alguns dos momentos esportivos mais memoráveis dos 16 dias de competição, enquanto milhares de câmaras espocavam seus flashes como vaga-lumes em todos os cantos do estádio.
Os heróis esportivos, esses que comoveram com suas conquistas e derrotas, desfilaram até as tribunas enquanto os espectadores os acolhiam com aplausos, em um contágio mútuo de alegria carregada de agradecimento.
A prolongada pausa que significou a cerimônia protocolar onde as autoridades da Odepa e de Jalisco deram oficialmente por encerrado o evento esportivo, não desanimou o público que recebeu com o grito de México, México! o anúncio que Guadalajara vai se candidatar aos Jogos Olímpicos.
O descerramento das bandeiras da Odepa e do Comitê Olímpico Internacional e a apresentação de Toronto como sede do Pan em 2015, abriu passagem à festa.
A viagem da borboleta Monarca desde os parques do Canadá até seu santuário no México, marcou a passagem do bastão pan-americano à cidade canadense que tingiu de vermelho o recinto.
O fogo pan-americano que brilhou durante pouco mais de duas semanas, foi apagado enquanto figuras humanas, peixes, luas e sóis dançavam ao mesmo tempo em que o céu se pintava de fogos de artifício com as cores verde, branco e vermelho, lembrando a bandeira mexicana.
O grupo mexicano de pop Camila iniciou a apresentação musical com 'Mientes' que foi seguida em uma só voz por todo o estádio.
A cerimônia se transformou em um show com todo tipo de gêneros como o reggae dos jamaicanos The Wailers emoldurados por bandeiras que pareciam se movimentar ao ritmo de 'Three little birds', lembrando o lendário Bob Marley que tornou famosa a melodia antes de sua morte.
O argentino Diego Torres, cuja mensagem 'fala dos sonhos', comoveu o público e os atletas da delegação mexicana que festejaram com uma volta olímpica sua conquista histórica de 42 medalhas de ouro.
A festa não podia terminar sem uma homenagem à latinidade que veio com Ricky Martin e seu 'Living la vida loca' e 'Pégate', com a qual encerrou a cerimônia.