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Grêmio promete identificar responsáveis por racismo

O clube gaúcho pretende usar o sistema de câmeras do estádio para identificar e punir os infratores


	Goleiro Aranha, do Santos: uma torcedora o xingou de "macaco", e ele deixou o campo reclamando dos insultos
 (Ricardo Ramos/Getty Images)

Goleiro Aranha, do Santos: uma torcedora o xingou de "macaco", e ele deixou o campo reclamando dos insultos (Ricardo Ramos/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2014 às 09h49.

Porto Alegre - O Grêmio promete tomar providências para punir os torcedores que insultaram o goleiro Aranha, do Santos, com gritos racistas durante jogo da Copa do Brasil, na noite de quinta-feira, em Porto Alegre.

O clube gaúcho quer se livrar de possíveis punições pelo acidente e, para isso, pretende usar o sistema de câmeras do estádio para identificar e punir os infratores.

"Não podemos ser chamados de clube racista. Essa questão foi um ato individual e a arena tem condições tecnológicas de identificar as pessoas", disse o assessor de futebol do Grêmio, Marcos Chitolina, logo após o jogo. Imagens da transmissão da TV mostram uma torcedora gritando "macaco" para o goleiro santista, que deixou o campo reclamando dos insultos.

Chitolina fez questão de diferenciar o caso de quinta-feira na Arena Grêmio do episódio mais recente de racismo no Rio Grande do Sul. Em jogo válido pelo Campeonato Gaúcho, o árbitro Márcio Chagas da Silva foi hostilizado por torcedores do Esportivo após partida contra o Veranópolis. Ele foi xingado e teve o carro danificado - bananas deixadas sobre o capô do veículo.

Naquela ocasião, o Esportivo acabou punido com a perda de nove pontos e com isso, foi rebaixado no Campeonato Gaúcho. "O time do Esportivo não identificou os torcedores. Nós vamos tomar medidas cabíveis dentro do que manda a lei", explicou Chitolina.

A diretoria do Grêmio também soltou uma nota oficial em "lamenta e repudia o ato de racismo". "O clube se solidariza com o atleta Aranha e com seu clube, Santos, ressaltando que atos como esse são fruto de atitudes individuais e isoladas, que em nada representam a grandiosidade e o respeito da torcida gremista", diz o comunicado.

A nota gremista ainda avisa que "caso os responsáveis identificados sejam sócios do clube, estes serão imediatamente suspensos do quadro social e proibidos de ingressar no estádio". "Reiteramos que o Grêmio tem sido um incentivador de iniciativas que visam coibir esse tipo de crime e que continuará alerta e atuante na luta contra a discriminação racial", conclui a nota oficial.

Repercussão

Jogador mais experiente do elenco do Grêmio, o lateral Zé Roberto condenou os insultos racistas da torcida a Aranha, durante a vitória do Santos por 2 a 0 pela Copa do Brasil. O atleta de 40 anos, que tem passagens pela seleção brasileira, afirmou que o episódio foi lamentável e disse nunca ter vivenciado casos parecidos nem mesmo no futebol alemão, onde atuou por 13 anos.

"É lamentável viver isso no século 21 e passar por uma situação como essa, independente de quem seja. A imagem da televisão mostrou os torcedores, tem de haver punição porque foi muito explícito", disse Zé Roberto, um dos titulares do time do Grêmio.

O veterano chegou a ser o personagem de uma campanha do clube gaúcho contra o racismo e demonstrou estar chateado com a possível punição a ser sofrida pelo Grêmio por causa da conduta dos torcedores.

"Quem deveria ser punido é quem cometeu o ato. Vivemos em um país livre, com tantas raças e cores diferentes. Um episódio desses é muito triste. A gente fica muito chateado", criticou Zé Roberto.

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