Casual

Grande Prêmio do luxo: como Mônaco enriquece a imagem da Fórmula 1

Conhecido pelo glamour, circuito se prepara para receber a oitava etapa da atual temporada

GP de Mônaco de F1: disputas ocorrem neste fim de semana (Clive Mason/Getty Images)

GP de Mônaco de F1: disputas ocorrem neste fim de semana (Clive Mason/Getty Images)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 25 de maio de 2024 às 08h58.

Última atualização em 26 de maio de 2024 às 09h42.

Entre os dias 24 e 26 de maio, Mônaco recebe a Fórmula 1 para uma de suas etapas mais tradicionais. Desde 1950, o Grande Prêmio faz parte do calendário da categoria e, atualmente, é o segundo percurso mais tradicional do esporte, indo, neste ano, para sua 81ª edição, ficando atrás apenas de Monza. Localizado na riviera francesa, o circuito de Monte Carlo é o mais curto na Fórmula 1, com 3.337 km de extensão, e o que tem mais voltas, com 78.

Não é só pela estrutura dentro do autódromo que as corridas no país se destacam. Segundo dados da Organização Mundial do Turismo, Mônaco recebe uma média de 300 mil turistas por ano. Somado a isso, a grande vida noturna da cidade, com cassinos e baladas, atrai um alto número de pessoas interessadas em um turismo voltado para o luxo. Neste cenário, o automobilismo no país se encaixa na rotina de atrações da região.

Além disso, na semana do evento, grandes celebridades se reúnem para assistir a etapa e aproveitar o que Mônaco tem para oferecer. Como é banhada pelo mar, grandes empresários também aproveitam para assistir a corrida de seus iates e lanchas, veículos que aparecem com frequência nos dias de do Grande Prêmio, e adicionam um aspecto visual de luxo e glamour para a região.

Para Fábio Wolff, sócio diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo, a presença de nomes influentes, somada à tradição do turismo de Mônaco propiciam um evento que vai além da corrida.

“Tradicionalmente, Monte Carlo é o coração do turismo de Mônaco, com uma vida cultural rica. Já o Grande Prêmio de Mônaco é histórico para a Fórmula 1, com suas histórias e personalidades, o que acabou por criar uma imagem única da etapa na categoria, gerando uma influência profunda na construção e no retorno do evento. Celebridades e empresários tornam o show mais atrativo, trazendo ganhos de engajamento e audiência para a etapa”, aponta Fábio.

A junção de toda a diversidade do país acaba por gerar uma expectativa diferente no público, que ainda é impactado pelo grande legado do circuito. Segundo Bruno Brum, CMO da End to End, empresa que conecta o torcedor à sua paixão e é um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo, o externo a categoria enriquece e pode ser mais bem explorado pela Fórmula.

“Por ser um dos percursos mais antigos da modalidade e palco de corridas históricas, há sempre uma expectativa maior entre os fãs de Fórmula 1 com o Grande Prêmio de Mônaco. Isso, somado ao fato de que a região também é atrativa aos turistas, com diversas cidades muito procuradas no entorno, torna os fãs mais engajados para esta etapa da competição. É importante, portanto, que esse potencial seja reconhecido e explorado pela FIA, visando aprimorar cada vez mais o produto e aumentar ainda mais a paixão dos torcedores”, comenta Bruno.

Influência de Senna no circuito

Com um traçado considerado extremamente complexo de se pilotar, o Grande Prêmio de Mônaco, desde de sua estreia no esporte, proporcionou histórias emocionantes que influenciam o imaginário dos fãs até os dias de hoje. Com 19 curvas estreitas, e seu tamanho fora do comum, o circuito tem como o seu maior vencedor o brasileiro Ayrton Senna, que foi campeão em seis ocasiões.

Mesmo com tantas vitórias, a história que marcou o piloto no percurso foi uma chegada em segundo lugar, em sua temporada de estreia, no ano de 1984. Na ocasião, Senna, que pilotava pela pequena Toleman, se classificou em 13º dentre os 20 no grid inicial. A chuva no dia da prova era tanta que 8 dos atletas abandonaram a corrida nas 15 primeiras voltas. O brasileiro não deixou de mostrar personalidade e ultrapassou piloto por piloto até chegar na segunda colocação na 19ª volta. Quando se aproximava para alcançar o líder, Alain Prost - futuro rival e colega de McLaren -, a prova foi interrompida por conta da intensidade das chuvas. Até hoje o motivo do encerramento precoce da corrida é debatido.

Após essa etapa histórica, Senna chegou ao pódio 8 vezes, deixando o seu legado no circuito. E, neste ano, a McLaren, equipe em que o piloto conquistou os seus 3 títulos mundiais, irá fazer uma homenagem para o “Rei de Mônaco” no Grande Prêmio de Monte Carlo. Os carros da escuderia britânica terão uma pintura especial em verde, amarelo e azul. A ação tem como objetivo prestar tributo ao atleta, que completou 30 anos de morte no dia primeiro de maio.

Acompanhe tudo sobre:Fórmula 1MônacoAutomobilismoTurismo

Mais de Casual

Turismo de luxo tem potencial bilionário no Brasil, diz CEO da maior organização privada do setor

McLaren celebra 50 anos na Fórmula 1 com supercarro híbrido W1 de R$ 11,4 milhões

Citroën Brasil lidera desenvolvimento secreto de carro com lançamento global

Ray-Ban lança a primeira coleção exclusiva para o mercado jovem brasileiro