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Globo de Ouro, o primo pobre do Oscar

Cerimônia, que acontece no próximo domingo, premia as melhores produções e artistas do cinema e da televisão dos Estados Unidos

Ricky Gervais será novamente o apresentador do Globo de Ouro. Organização optou pela polêmica para atrair a atenção necessária para um prêmio secundário (Getty Images/Frazer Harrison)

Ricky Gervais será novamente o apresentador do Globo de Ouro. Organização optou pela polêmica para atrair a atenção necessária para um prêmio secundário (Getty Images/Frazer Harrison)

RK

Rafael Kato

Publicado em 10 de janeiro de 2012 às 11h13.

São Paulo - No próximo domingo, 15, acontece em Los Angeles o Globo de Ouro. A cerimônia organizada pelos correspondentes internacionais em Hollywood premia as melhores produções e artistas do cinema e da televisão dos Estados Unidos. Para resumir: é uma mistura de Oscar com Emmy. Não tem o glamour do primeiro e nem a importância do segundo.

Importante lembrar que o Globo de Ouro não é um termômetro para o Oscar. Os melhores indicadores são os prêmios dos sindicatos, como o Screen Actors e o Producers Guild Awards. Os jornalistas não votam na Academia; os atores e produtores, sim. Então para que serve o Globo de Ouro? Além de vender filmes e séries, o prêmio é uma grande boca livre em Hollywood. Celebrada dentro do Hotel Hilton, é a única cerimônia em que é possível beber enquanto os troféus são entregues. Ficar bêbado parece ser o único jeito de aguentar as três horas de show.

Por qual outro motivo colocariam o humorista Ricky Gervais como apresentador novamente? Ele é polêmico o suficiente para atrair a atenção necessária para um prêmio secundário. Em 2010, Gervais disse no palco: “O Golpista do Ano tem Jim Carrey e Ewan McGregor, dois atores heterossexuais interpretando gays. Exatamente o oposto de alguns famosos adeptos da Cientologia [indireta para Tom Cruise e John Travolta]”.

Os atores, obviamente, o odiaram. Philip Berk, presidente da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, foi obrigado a dizer que “Ricky definitivamente cruzou a linha; algumas coisas foram totalmente inaceitáveis”. Em vez de ser banido, Gervais ganhou o direito de ser novamente o mestre de cerimônias. Sem as bobagens do humorista, o Globo de Ouro viraria apenas uma nota de rodapé nos cadernos de cultura. É ruim com ele, mas pior sem.

“Eles ficam bebendo e conversando, e você tem de arrumar um jeito de conseguir sua atenção. Eles estão lá para ver se ganharam um prêmio, e não para ver esse cara contando piadas. Especialmente certas piadas”, explicou Gervais esta semana ao programa de televisão norte-americano “Today”.

Ao que tudo indica, Gervais irá pegar mais leve este ano. Se assim for, acabará com o único bom motivo de assistir o Globo de Ouro: ver as maiores celebridades zombeteadas ao vivo na televisão. Para quem fica em casa, restará fazer o mesmo que os artistas. Encher a cara para aguentar um porre de premiação.

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