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Gigantes da moda são 'maus alunos' do desenvolvimento sustentável

Segundo relatório publicado pelo site especializado Business of Fashion, grandes marcas foram avaliadas quanto às questões de sustentabilidade e responsabilidade social

 (Massimo Pinca/Reuters)

(Massimo Pinca/Reuters)

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Julia Storch

Publicado em 23 de março de 2021 às 08h59.

As gigantes da moda têm dificuldades em cumprir seus compromissos ambientais, segundo um relatório publicado nesta segunda-feira (22) no site especializado Business of Fashion, que lamenta o abismo entre o discurso e os fatos. 

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O estudo, redigido por um grupo de especialistas internacionais independentes, estabelece o "índice de desenvolvimento sustentável" de quinze grupos: cinco do setor de luxo, entre eles Kering e LVMH, cinco grandes marcas (H&M, Levi Strauss, Gap, entre outras) e cinco de roupas esportivas, entre as quais Nike e Adidas.

O informe é o primeiro de uma série de análises apoiadas nos 'índices de sustentabilidade' que a Business of Fashion publicará antes da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas em Glasgow (Escócia), em novembro de 2021.

"Com menos de dez anos para alcançar o objetivo global sobre o clima e o desenvolvimento sustentável, o tempo se esgota e já não é suficiente declarar uma intenção de mudança, destaca o estudo.

Os grupos são avaliados em seis aspectos: transparência, emissões de CO2, uso da água e produtos químicos, materiais, direitos dos trabalhadores e tratamento de resíduos.

Nenhuma empresa chega a mais de 50 sobre 100 neste ranking e, além da holding suíça Richemont (Chloé, Ralph Lauren...), a japonesa Fast Retailing (Uniqlo, Princesse Tam Tam...) e o grupo americano Under Armour tiveram pontuações inferiores a 25.

Consultados pela AFP, o Richemont (com pontuação de 14 sobre 100) e Under Armour (9) não quiseram responder. Ao contrário, 'os melhores alunos' foram Kering (Gucci, Saint Laurent...) e Nike, que obtiveram 49 e 47/100, respectivamente.

"Entre as grandes empresas da moda, muitas ainda não sabem ou não revelam de onde provêm seus produtos, e quanto mais abaixo se encontra na rede de abastecimento, as coisas são mais nebulosas", destaca o relatório. "Isto abre a via à exploração e às violações dos direitos humanos, e cria dificuldades para medir o impacto ambiental da indústria", adverte.

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