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George R. R. Martin: o pai do universo de Game of Thrones

O escritor americano George R.R. Martin vendeu mais de 85 milhões de exemplares de sua saga e se tornou o 12º autor mais bem pago do mundo em 2016

Os livros de George R.R. Martin foram traduzidos para 47 idiomas (Rich Polk / Stringer/Getty Images)

Os livros de George R.R. Martin foram traduzidos para 47 idiomas (Rich Polk / Stringer/Getty Images)

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AFP

Publicado em 11 de abril de 2019 às 12h16.

Última atualização em 11 de abril de 2019 às 12h17.

George R.R. Martin, o escritor americano e autor da saga que inspirou a famosa e sangrenta série "Game of Thrones", criou uma grande variedade de mundos de fantasia com inspirações que vão da era medieval ao futuro sci-fi.

Graças ao sucesso de seus livros, o escritor de 70 anos, sempre visto de barba branca, gorro, óculos e suspensórios, se transformou em 2016 no 12º autor mais bem pago do mundo, segundo a revista Forbes.

Fã de história medieval e mitologia, apaixonado pela Guerra das Rosas, vendeu mais de 85 milhões de exemplares de sua saga, traduzida para 47 idiomas.

Sua obra, com dezenas de romances, inclui também ficção científica ("Uma canção para Lya"), fantasia ("The Armageddon Rag"), terror ("Nômades Noturnos") e HQ ("Wild Cards").

George Raymond Richard Martin, filho de um estivador, nasceu em 20 de setembro de 1948 em Bayonne, Nova Jersey.

"Fui criado em uma moradia popular. Éramos pobres [...] nunca viajávamos no verão. Mas os livros me levaram a todo lugar", diz esse leitor voraz em entrevista ao canal americano PBS.

Quando era criança, escrevia histórias de monstros que vendia para os amigos por algumas moedas,emais tarde histórias de super-heróis para fanzines de sua escola.

Com 13 anos se impressionou com "O Senhor dos Anéis", de J.R.R. Tolkien.

"A partir do momento em que Gandalf morre, o suspense se multiplica por mil, porque qualquer um pode morrer".

Estudou jornalismo na Universidade de Northwestern University e foi contra a Guerra do Vietnã.

Em 1972, quando o americano Bobby Fischer se transformou em campeão mundial de xadrez, gerando forte interesse pelo jogo, George R.R. Martin foi contratado para ser juiz de xadrez nos finais de semana, o que deixava "cinco días livres para escrever" e proporcionava dinheiro suficiente para pagar as contas, disse ao jornal The Independent.

"Um peso enorme"

Começou a publicar nos anos 1970 com romances curtos e depois trabalhou em roteiros para séries de TV como "Além da Imaginação" e "A Bela e a Fera", sem nunca deixar de escrever.

"Cada vez que apresentava um roteiro, me diziam: 'George, gostamos, mas é cinco vezes nosso orçamento'".

"A batalha, em que coloquei 10.000 pessoas se transformava em um duelo entre o herói e o cara malvado", disse em entrevista à Time.

Após vários projetos para televisão não aprovados, passou a se dedicar apenas à literatura, pensando em "escrever algo tão grande como [sua] imaginação, com todos os personagens que queria, castelos gigantes, dragões, lobos, centenas de anos de história e uma trama realmente complexa.

Ou seja, algo impossível de filmar", contou sobre sua saga "Canção de Gelo e Fogo", que começou em 1991 com a ideia de fosse uma trilogia.

Quando os livros entraram na lista dos mais vendidos e o "Senhor dos Anéis" foi adaptado para o cinema, Hollywood se mostrou interessado.

O autor era contra filmes centrados nos personagens Jon Snow e Daenerys e recusou as propostas de filmes baseados no primeiro livro.

Mas em um encontro em 2006 com os roteiristas David Benioff e D. W. Weiss um entendimento foi alcançado, conduzindo ao lançamento de "Game of Throne" em 2011 pelo canal HBO.

A transmissão da última temporada da série começa em 14 de abril, a partir de elementos que George R.R. Martin deu aos roteiristas "há cinco ou seis anos".

"Mas podem ter acontecido mudanças e acrescentado muitas coisas", reconheceu o autor, que não leu os últimos roteiros, como disse em entrevista à revista Rolling Stone.

Apesar disso, ainda não terminou os dois últimos livros da saga, o que gera impaciência e muitas vezes mal-estar entre os fãs.

"Sou muito consciente de que devo fazer algo grandioso", disse ao jornal The Guardian. "É um peso enorme".

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