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George Michael, um ícone pop que encarnou o espírito dos anos 80

Cantor compôs alguns dos maiores sucessos dos anos oitenta e vendeu mais de 100 milhões de álbuns ao longo de quase quatro décadas

 George Michael se apresenta em cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos 2012, em Londres (Stu Forster/Getty Images)

George Michael se apresenta em cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos 2012, em Londres (Stu Forster/Getty Images)

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AFP

Publicado em 26 de dezembro de 2016 às 14h23.

O britânico George Michael, morto aos 53 anos, foi um astro mundial da icônica década de 1980, um cantor e compositor cujas melodias românticas escondiam uma vida pessoal tumultuada, permeada por problemas com drogas e separações.

Tanto na dupla Wham! como em sua carreira solo, compôs alguns dos maiores sucessos dos anos oitenta como "Careless Whisper" e "Faith", vendendo mais de 100 milhões de álbuns ao longo de quase quatro décadas.

Nos últimos anos, no entanto, fez poucas aparições públicas, e a imprensa falava mais de seus incidentes relacionados com as drogas do que sobre sua música.

George Michael, que revelou publicamente sua homossexualidade em 1998, após sua prisão por atentado ao pudor em um banheiro público em Los Angeles, assumia sua vida particular complicada.

"As pessoas querem me ver como um personagem trágico, com sexo em banheiros públicos e uso de drogas, mas eu equer considero isso como fraquezas. É apenas quem eu sou", disse ao jornal britânico The Guardian em 2009.

Rei do mundo

Georgios Kyriacos Panayiotou - seu verdadeiro nome - nasceu em East Finchley, em Londres, em 25 de junho de 1963, filho de um cipriota grego e uma inglesa.

Com Andrew Ridgeley criou Wham! em 1981. Com sua aparência bem cuidada, seu bronzeado permanente, penteado volumoso e imagem hedonista, soube encarnar o espírito da época e logo se tornou uma das maiores bandas britânicas, com sucessos como "Club Tropicana" e "Wake Me Up Before You Go-Go".

O sucesso foi tal que, em 1985, a dupla foi o primeiro grupo ocidental a tocar na China.

Depois de emplacar quatro singles no topo das paradas britânicas, Wham! se separou em 1986 e George Michael embarcou em uma carreira solo, com a intenção de cantar para um público mais adulto.

Seu primeiro álbum, "Faith" (1987), mostrou uma mudança de estilo. O cantor aparecia na capa do disco vestido de couro, com uma barba de três dias e brincos.

O álbum, cujo primeiro single foi "I Want Your Sex", provou ser um sucesso comercial e de crítica com milhões de cópias vendidas.

Esgotado pela sua promoção, George Michael levou três anos para lançar seu segundo álbum solo, "Listen Without Prejudice Vol. 1".

Anos depois, a morte de seu namorado brasileiro, Anselmo Feleppa, foi um duro golpe para o astro.

O cantor revelou sua homossexualidade em 1998, um ano após a morte de sua mãe. Mais tarde explicou que não queria revelar sua opção sexual enquanto sua mãe era viva.

Seguiu colhendo sucessos nos anos 90 e início dos anos 2000, causando polêmica em2004 com "Shoot The Dog", contra a guerra no Iraque.

"Não acreditem nessas besteiras"

Em 2009, David Furnish, o marido do cantor Elton John, que cantou em com George Michael em "Don't Let The Sun Down On Me", disse que seus amigos estavam muito preocupados com a saúde do cantor.

Em 2010, foi condenado a oito semanas de cárcere por ter invadido uma loja com seu carro, sob os efeitos de maconha e de medicamentos.

No ano seguinte, anunciou que se separava de Kenny Goss após vários anos de relacionamento, e passou semanas em um hospital de Viena para tratar uma pneumonia que esteve preste a matá-lo.

Na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, cantou "White Light", uma canção que fala de sua hospitalização.

Em 2014, precisou ser levado de helicóptero a um hospital após cair do carro numa estrada.

Um ano depois, negou no Twitter as declarações feitas pela esposa de seu primo, segundo às quais o cantor consumia crack e maconha, e estava em um programa de desintoxicação.

"Queridos, não acreditem nas besteira (que leem) nos jornais. Elas vem de alguém que já não conheço e que não me vê há 18 anos", escreveu.

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