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Gelo que vale ouro

Especializada em produzir cubos cristalinos para profissionais da coquetelaria, a Ice4Pros começa, em boa hora, a vender para consumidores finais

Ice4Pros: gelos profissionais agora para o consumidor final (Ice4Pros/Divulgação)

Ice4Pros: gelos profissionais agora para o consumidor final (Ice4Pros/Divulgação)

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Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 19 de maio de 2020 às 07h00.

Última atualização em 19 de maio de 2020 às 07h00.

É com um misto de alegria e dor no bolso que o chef Oscar Bosch, dono do restaurante espanhol Tanit e do bar de tapas Nit, em São Paulo, reage às entregas regulares da Ice4Pros. “Pronto, lá se vai o meu dinheiro em água”, brinca ele.

Fundada em 2017, a companhia é especializada em criar gelos cristalinos, indispensáveis para endereços que levam a coquetelaria a sério. Custam a partir de R$ 2,29 cada um e são entregues em packs com no mínimo 20 unidades (os preços diminuem de acordo com o volume solicitado e a frequência dos pedidos).

Há estabelecimentos que utilizam, em média, 500 cubos a cada semana. O bar Banqueta, em Moema, começou encomendando 26 peças a cada sete dias e logo passou para 300.

Tudo isso, claro, antes da escalada da pandemia em curso. Para abastecer cerca de 600 endereços em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Espírito Santo, a Ice4Pros produzia cerca de 8.600 mil cubos por dia em sua fábrica em Pinheiros. “Até para Manaus já despachamos nossos produtos, de avião” conta Rodrigo Campos, um dos sócios.

Há modelos quadrados, redondos e até retangulares, para copos longos. Um deles tem aroma defumado de macieira e canela. É indicado para gelar uísques e negronis envelhecidos, por exemplo. Da lista de casas atendidas até aqui fazem parte os bares Guilhotina e Trabuca e os restaurantes Le Jazz e Kouzina.

“Comprar gelo conosco sai muito mais em conta do que tentar produzir por conta própria”, sustenta Campos. “Os empreendimentos que seguem o segundo caminho precisam deslocar um funcionário só para isso, são obrigados a encontrar espaço na câmara fria e conseguem aproveitar no máximo 60% do resultado final”.

Gelo da Ice4Pros

Gelo da Ice4Pros (Ice4Pros)

Gelo da Ice4Pros

Gelo da Ice4Pros (Ice4Pros/Divulgação)

A companhia de Campos se gaba de um aproveitamento de 99,5% e de dispor de sete processos de filtragem, que eliminam praticamente todas as impurezas da água. São elas que conferem aquele aspecto esbranquiçado dos gelos caseiros.

A transparência dos cubos da Ice4Pros, de 0,998%, também se deve a um processo de congelamento diferenciado, mais acentuado em uma das extremidades do recipiente no qual a água é despejada — nos freezers comuns, a temperatura é a mesma em toda parte, o que faz com que o oxigênio fique aprisionado no meio dos cubos.

O sucesso dos gelos cristalinos não se explica só pela estética, embora ela tenha um peso tremendo. “Eles demoram até cinco vezes mais para derreter do que os comuns”, sustenta Campos. Em outras palavras, você pode tomar o seu negroni no seu ritmo, sem correr o risco de deixá-lo aguado em instantes.

No mês passado, a empresa lançou um e-commerce e passou a vender também para o consumidor final. O movimento já estava nos planos e, com todo mundo recluso em casa, veio em boa hora.

Na prática, o que mudou é que agora é possível adquirir pequenas quantidades.

Um pack com quatro cubos de 50 por 50 milímetros custa R$ 12, e um com o mesmo tanto daqueles gelos que lembram diamantes sai por R$ 20, em valores promocionais.

Atualmente, a entrega se restringe a São Paulo, Sorocaba, Jundiaí e Curitiba. O produto é embalado a vácuo e viaja dentro de um isopor com gelo seco. “Estamos recebendo cerca de 50 pedidos por dia”, revela o sócio.

A Ice4Pros também se associou a vários bares que estão investindo no delivery de coquetéis. É o caso do Astor, do Guarita e do Banqueta, que agora entregam na sua casa o pacote completo para uma happy hour de respeito. http://www.ice4pros.com.br

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