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Fusão de gigantes: a batalha de US$ 8,5 bilhões que pode mudar o mercado da moda

Gigante do ramo nos EUA, Tapestry quer comprar a Capri — dona de Michael Kors e Versace

Michael Kors pode ser vendida para concorrente; movimento ligou alerta de autoridades nos EUA (bewitchthemind/ Creative Commons)

Michael Kors pode ser vendida para concorrente; movimento ligou alerta de autoridades nos EUA (bewitchthemind/ Creative Commons)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 23 de setembro de 2024 às 06h46.

Última atualização em 23 de setembro de 2024 às 06h52.

O mundo da moda deve ficar agitado nos próximos meses. O Federal Trade Commission (FTC), órgão que fiscaliza possíveis práticas que ferem princípios da livre concorrência — algo como o Cade no Brasil — vai analisar uma eventual fusão entre dois gigantes do setor.

A Tapestry — dona de Coach, Kate Spade e Stuart Weitzman — concordou no ano passado em comprar a Capri — dona da Michael Kors, Versace e Jimmy Choo — já que muitas marcas de moda sofreram uma queda nas vendas após o boom de compras durante a pandemia.

No entanto, o acordo proposto para a Capri ficou preso no limbo desde que a FTC entrou com uma ação para bloquear o negócio de US$ 8,5 bilhões há cinco meses. O julgamento em Manhattan neste mês ajudará a determinar se a aquisição pode ocorrer conforme o planejado.

Segundo reportagem do Financial Times, especialistas acreditam que este é o primeiro grande caso antitruste a atingir a indústria da moda, um setor notório por mudar tendências e fortunas. Se os reguladores forem bem-sucedidos em frustrar a união, isso pode ter implicações contundentes para grandes conglomerados globais do setor e impediria compras de marcas em série, como aquelas que construíram gigantes europeus, incluindo LVMH e Kering.

Luxo acessível

Os reguladores construíram esse caso Tapestry e Capri em torno de uma fatia do mercado que eles definem como "luxo acessível": bolsas que são relativamente acessíveis, mas de boa qualidade, e que normalmente custam entre US$ 100 e US$ 1.000. Eles argumentam que a fusão resultaria em preços mais altos para os consumidores e uma qualidade inferior nos produtos, "levando a uma concentração indevida e a uma presunção de ilegalidade", de acordo com os autos do tribunal divulgados pelo FT.

Embora o julgamento seja um precursor de novos procedimentos oficiais, espera-se que a decisão do tribunal seja crucial, porque a fusão precisa ser concluída até fevereiro. O depoimento final das testemunhas foi encerrado nesta semana, e cada lado dará argumentos finais em 30 de setembro. A juíza distrital dos EUA Jennifer Rochon, responsável pelo caso, tomará uma decisão nos próximos meses sobre o acordo.

Embora a Tapestry e a Capri estejam no centro do caso, elas não são as únicas que apareceram no julgamento. Outras marcas globais de moda, incluindo Prada, Chanel e a marca esportiva Lululemon, foram levadas para o processo, com muitas delas intimadas a fornecer documentos e depoimentos de especialistas.

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