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Fundador da "Playboy", Hugh Hefner completa 90 anos

Em outubro do ano passado foi anunciada a histórica decisão da "Playboy" de parar de publicar fotos de mulheres totalmente nuas


	Hugh Hefner, criador da Playboy: a revista anunciou que iria parar de publicar fotos de mulheres totalmente nuas
 (Jason Merritt/Getty Images)

Hugh Hefner, criador da Playboy: a revista anunciou que iria parar de publicar fotos de mulheres totalmente nuas (Jason Merritt/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2016 às 11h17.

Los Angeles (EUA) - O fundador da "Playboy", Hugh Hefner, completa 90 anos neste sábado em um período de mudanças em sua vida, desde a decisão de deixar de publicar fotos de mulheres nuas em sua revista até a venda de sua famosa mansão.

Em outubro do ano passado foi anunciada a histórica decisão da "Playboy" de parar de publicar fotos de mulheres totalmente nuas, justificada pela realidade imposta pela internet, onde esse tipo de conteúdo é facilmente acessível.

Essa situação contribuiu para que a tiragem da revista, cifrada em 5,6 milhões de exemplares em 1975, caísse até 800.000 na atualidade, segundo dados da organização Alliance for Audited Media.

No mês passado, a guinada se tornou realidade com uma capa em que a modelo Sarah McDaniel parece sair em uma selfie tirada no aplicativo Snapchat, em uma clara referência ao reajuste da publicação aos tempos modernos.

Semanas antes, Hefner tinha anunciado também sua decisão de vender a mansão Playboy, disponível no mercado por US$ 200 milhões, o imóvel mais caro dos Estados Unidos.

Hefner comprou em 1970 essa mansão localizada nas colinas de Holmby Hills, de Los Angeles (Califórnia), por US$ 1 milhão.

Aliás, quem quiser comprar a propriedade deverá conviver com o próprio Hefner, que não pensa em deixar a residência.

"A mansão Playboy foi o centro criativo de 'Hef', sua residência e seu lugar de trabalho durante os últimos 40 anos, e assim seguirá sendo quando for vendida", destacou em comunicado Scott Flanders, diretor-executivo da Playboy Enterprises.

Outras coisas, por outro lado, nunca mudam, como sua tradicional festa de aniversário, apenas para família e amigos, na qual organiza uma exibição do filme "Casablanca" - seu favorito - e à qual os convidados devem comparecer vestidos de acordo com a atmosfera do longa.

Após ver o filme, os convidados passam para um dos salões de sua residência, transformado para a ocasião para que pareça como o Rick's Cafe, o estabelecimento gerenciado por Rick (Humphrey Bogart) no filme, onde celebram Hefner, sempre com seus confortáveis pijamas de seda, champanhe e caviar.

Essa é a imagem mais popular do magnata, conhecido por promover múltiplas festas em sua casa ao longo do ano com fins beneficentes para as quais convida as famosas "coelhinhas", modelos e rostos jovens em busca de atenção e oportunidades.

Nesses eventos nunca falta a logomarca da "Playboy", uma das mais conhecidas do mundo.

De fato, o empresário acumula uma fortuna maior em vendas relacionadas com essa logomarca do que com a venda conjunta de exemplares de sua revista e do conteúdo de seu site.

A lenda de Hefner começou em 1953, quando fundou a "Playboy" depois que os diretores da revista "Esquire" lhe negaram um aumento de salário de US$ 5.

Marilyn Monroe, completamente vestida, foi a primeira estrela a aparecer na capa da revista. No entanto, nas páginas interiores aparecia nua em fotos tiradas anos antes.

Ali começou a germinar a história da revista, líder na revolução que ajudou a tornar o sexo visível nos Estados Unidos.

E embora seja bastante conhecido o comentário irônico de que alguns leem a "Playboy" por seus artigos, o certo é que a revista ganhou parte de sua reputação graças à qualidade e profundidade de suas reportagens.

Por ali desfilaram textos de Hunter S. Thompson e Truman Capote, além de incendiárias entrevistas com figuras como Martin Luther King e Malcolm X.

Pode ser que Hefner, a quem boatos associaram com dezenas de mulheres ao longo de sua vida, tenha sossegado com sua esposa, Crystal Harris, de 29 anos, desde 2012. Mas não há dúvida de que seguirá celebrando junto com suas "coelhinhas" enquanto o corpo aguentar. EFE

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