Casual

Fred, a eterna redenção do homem-gol

Fred continua enfrentando certa desconfiança, mas importantes gols do atacante o garantem na seleção de Luiz Felipe Scolari

O atacante Fred, da Seleção Brasileira: "respeito os meus limites" (Paulo Whitaker/Reuters)

O atacante Fred, da Seleção Brasileira: "respeito os meus limites" (Paulo Whitaker/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2014 às 14h42.

Teresópolis - Morumbi, 13 minutos do segundo tempo.

Irritada, a torcida são-paulina pede, ironicamente, a entrada de Luis Fabiano, mas quem surge para tirar o placar do zero é o ídolo de outro time tricolor, Fred, dono da camisa 9 da seleção brasileira.

Um verdadeiro gol de centroavante.

O atacante do Fluminense recebe um longo lançamento de Thiago Silva, mata no peito, cai no chão após uma trombada com um zagueiro, mas mesmo assim consegue esticar a perna para balançar as redes.

Foi o único gol da vitória do Brasil sobre a Sérvia no último amistoso antes da Copa do Mundo, na sexta-feira passada, a menos de uma semana da estreia contra a Croácia, no dia 12 de junho no Itaquerão.

A jogada lembrou outro gol que Fred anotou pela seleção, há pouco mais de um ano.

O palco era o Maracanã, onde o atacante do Fluminense já deixou sua marca inúmeras vezes.

Com menos de dois minutos de bola rolando, o camisa 9 recebe cruzamento de Hulk na área, leva trombada de Piqué e, mesmo caído no gramado, estica a perna para abrir o placar na vitória por 3 a 0 do Brasil sobre a Espanha na final da Copa das Confederações.

Ele também anotou o terceiro gol da decisão e se consagrou como maior artilheiro da competição com cinco, o mesmo número do espanhol Fernando Torres.

"Esse jogo foi o mais especial da minha carreira pela importância, pela grandeza. A nossa equipe chegou desacreditada, mas estávamos confiantes", afirmou Fred na ocasião.

Da água para o vinho

Um ano depois, o atacante de 30 anos também viu o gol contra a Sérvia como um alívio.

"Fazer gol é sempre melhor porque estou aqui dando entrevista, se não tivesse marcado estaria morto", brincou o camisa 9 em coletiva de imprensa realizada no domingo Granja Comary, em Teresópolis.


Apesar da média de um gol por jogo na Copa das Confederações, Fred continua enfrentando certa desconfiança por causa das lesões que o tiraram dos gramados durante praticamente todo o segundo semestre do ano passado.

Mesmo assim, o atacante sempre teve a confiança do técnico Luiz Felipe Scolari, que o garantiu na Copa em outubro, meses antes da convocação final.

Com Felipão, sua relação com a seleção passou da água para o vinho em comparação ao que acontecia com Mano Menezes, que preferia jogar sem centroavante.

"Graças a Deus o Felipão assumiu a Seleção. Ele adora jogar com centroavante. Ele me deu mais oportunidades, inclusive quando passei momentos difíceis na Copa das Confederações (ficou sem fazer gol nas duas primeiras partidas). Ele demonstrou confiança", afirmou Fred.

Apesar do "falso 9" estar na moda no futebol atual, o mineiro de Teófilo Otoni ainda acredita no futuro do autêntico centroavante.

"Às vezes o centroavante não pega muito na bola, não vai ter a habilidade que tem o Neymar de driblar. A gente espera para escorar uma bola ou fazer movimentação para abrir caminho para os companheiros", explicou o atacante, que fica ainda mais estimulado na adversidade.

Autocrítica

"Quando os jogos são mais complicados, o centroavante é o jogador que está mais próximo do gol e acaba virando a referência do time. Estou louco para começar a jogar a Copa do Mundo porque tenho certeza que todos os jogos serão difíceis. Com meu estilo de jogo, acho que vai ser melhor porque teremos jogos mais fechados e os companheiros vão me buscar como referência", analisou.

Mesmo esbanjando confiança na reta final da preparação para a Copa do Mundo, Fred mantém os pés no chão e sabe fazer uma autocrítica.

"Respeito os meus limites. Fazer gol driblando cinco seria um sonho para mim, mas esquece que isso é impossível", brincou.

Para isso, Fred prefere contar com a estrela da companhia, Neymar, o camisa 10 da seleção.

"Todo mundo sabe que é o jogador que faz diferença. É um jogador especial, o mundo inteiro de olho nele. Nossa seleção, sem dúvida nenhuma, está fazendo de tudo para jogar a bola no Neymar, porque ele é o grande cara da nossa equipe", elogiou o centroavante, que pode no futuro estreitar ainda mais sua relação com o jovem craque, já que chegou a ser cotado para jogar ao lado dele no Barcelona.

Acompanhe tudo sobre:EsportesFelipãoFutebolJogadores de futebolLuiz Felipe ScolariSeleção Brasileira de Futebol

Mais de Casual

Vinícola chilena que iniciou projeto visionário 100% orgânico em 1998 é hoje a maior do mundo

Megane E-Tech: elétrico da Renault é eleito o carro mais bonito entre R$ 150 mil e R$ 300 mil

Os 5 melhores filmes e séries para maratonar no fim de semana

5 perguntas essenciais para evitar problemas ao reservar acomodações online