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Fotógrafo Peter Lindbergh morre aos 74 anos

O fotografo alemão Peter Lindbergh é conhecido como o pai das top models, com quem ele trabalha desde 1988

Fotógrafo Peter Lindbergh morre aos 74 anos (Caroline Seidel/Getty Images)

Fotógrafo Peter Lindbergh morre aos 74 anos (Caroline Seidel/Getty Images)

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AFP

Publicado em 4 de setembro de 2019 às 16h52.

O fotógrafo de moda alemão Peter Lindbergh, conhecido como o "pai" do fenômeno das top models, faleceu aos 74 anos, deixando um imenso legado de imagens icônicas em preto e branco.

Nascido em Leszno (Polônia) em 1944, Lindbergh colaborou com várias revistas ao longo de sua carreira, como Vogue, Vanity Fair, Harper's Bazaar e The New Yorker.

Estava por trás de muitas campanhas publicitárias, incluindo diversas edições do famoso calendário Pirelli, a última delas de 2017.

"Considerado um pioneiro em sua arte, soube redefinir a fotografia de moda contemporânea e seus parâmetros de beleza, enaltecendo as mulheres de todas as idades", afirma um comunicado da família, que não revela o local nem as circunstâncias da morte, que aconteceu na terça-feira.

Na conta do fotógrafo no Instagram, uma mensagem anuncia a morte do artista com uma foto em preto e branco de um estúdio vazio.

Aos 74 anos, Lindbergh permanecia ativo e recentemente havia fotografado a cantora Rosalía para a revista Vogue Espanha.

Também participou na edição britânica de setembro da publicação, um número coordenado por Meghan Markle e na qual imortalizou várias celebridades, da atriz Salma Hayek até a jovem sueca defensora do meio ambiente Greta Thunberg.

"Retoco muito pouco minhas imagens, não quero deformar nem massacrar as mulheres", explicou há alguns anos o fotógrafo, fascinado pela "geografia" dos rostos, para um auditório lotado de estudantes.

Lindbergh ganhou fama nos anos 1990, quando modelos como Cindy Crawford, Naomi Campbell, Claudia Schiffer ou Kate Moss se tornaram figuras que ultrapassaram os limites do mundo da moda.

Em suas imagens em preto e branco, granuladas, as modelos demonstravam uma atitude um tanto rebelde, enquanto eram fotografadas sem artifícios, com uma beleza simples.

"O preto e branco é outra maneira de refletir a pele. Com isso, o menor detalhe ganha luz e a foto rapidamente se transforma em um retrato", declarou uma vez à publicação francesa Paris Match.

A revolução de 1988

A revolução de Lindbergh começou com uma fotografia de 1988 na qual várias modelos, incluindo Linda Evangelista, posaram para o alemão na praia de Malibu (Califórnia, EUA), vestindo uma camisa branca simples, algo que rompeu com os padrões da época.

"Esta deveria ser a responsabilidade dos fotógrafos hoje em dia: liberar as mulheres e todos, no fim das contas, do terror da juventude e da perfeição", escreveu no Twitter em abril de 2018.

Retratou a modelos e famosos de todas as idades. No calendário Pirelli de 2017, antes conhecido por suas fotografias eróticas, fotografou estrelas do cinema mundial, entre elas Charlotte Rampling, Nicole Kidman, Penélope Cruz e Uma Thurman.

"Não sou fã dos biquínis", declarou na ocasião Lindbergh. "Estão nuas, apesar de estarem vestidas", completou.

Lindbergh cresceu em Duisburg, na região oeste industrial da Alemanha, depois que sua família fugiu de seu país natal quando ele ainda era um bebê.

Suas primeiras paixões foram as esculturas e o cinema alemão do período entreguerras. Estudou na Academia de Belas Artes de Berlim, antes de começar a trabalhar como fotógrafo na revista Stern, ao lado de grandes nomes como Helmut Newton e Guy Bourdin. Se mudou para a cidade de Paris nos anos 1970.

Lindbergh era casado com Petra, seu segundo matrimônio.

O fotógrafo tinha quatro filhos e sete netos.

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