Michael Jackson: antes de sua morte, o cantor se esforçava para evitar a falência (Carl de Souza/AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2014 às 15h40.
Los Angeles - Os fãs de Michael Jackson deverão visitar nesta quarta-feira o túmulo de seu ídolo para lembrar o quinto aniversário de sua morte, marcado pelo excelente estado das finanças do "Rei do Pop", cuja fortuna não parou de florescer.
Antes de sua morte, em 25 de junho de 2009, o cantor se esforçava para evitar a falência, imerso nos ensaios de uma turnê que esperava que ajudaria a melhorar suas economias em deterioração.
Mas depois de cinco anos, a empresa Michael Jackson Estate - que administra os bens do falecido cantor em nome de sua mãe e seus três filhos - alcançou mais de US$ 700 milhões em receita, de acordo com um novo livro sobre o império do artista publicado recentemente.
"Michael Jackson está fazendo mais dinheiro agora, cinco anos depois de sua morte, do que no início de sua carreira", conta à AFP Zach Greenburg, autor do livro "Michael Jackson Inc.".
Dívidas e julgamentos
Suas finanças foram reestruturadas e seus dedicados fãs ainda o idolatram, mas estes cinco anos têm sido uma provação para a família Jackson, que teve que superar a perda do artista e que já levou à frente dois julgamentos sobre a sua morte súbita.
O primeiro foi o processo criminal contra o Dr. Conrad Murray, que administrou uma dose letal de propofol em Jackson como tratamento para a insônia sofrida pelo artista.
Murray foi condenado em 2011 a quatro anos de prisão por homicídio culposo, mas saiu em outubro do ano passado, depois que sua sentença foi reduzida por bom comportamento.
Em 2013 veio o julgamento civil que a matriarca do clã Jackson, Katherine, empreendeu contra a promotora AEG Live, com quem Jackson faria uma turnê mundial, que ela acusou de negligência por contratar os serviços de Murray.
A justiça declarou o médico competente e isentou a promotora de responsabilidade.
Após a morte, os testamenteiros da obra do cantor, John Branca e John McClain, começaram a trabalhar para que a empresa voltasse a gerar lucros e superar as enormes dívidas que Jackson tinha acumulado ao longo dos últimos cinco anos de sua vida.
No auge de sua carreira, o "Rei do Pop" ganhava cerca de US$ 100 milhões por ano graças a álbuns como "Thriller", lançado em 1982.
Além disso, em 1985, ganhou os direitos sobre as canções dos Beatles, um investimento que está atualmente avaliado em 1 bilhão de dólares.
Mas as acusações de pedofilia que enfrentou pôs fim a uma era de ouro. Jackson foi morar por um tempo no Bahrein e por pouco não se livrou de seu amado rancho "Neverland".
Em seus últimos anos de vida, seus gastos não pararam de aumentar, assim como seus empréstimos, necessários para pagar as dívidas que totalizavam US$ 500 milhões. Sua situação financeira precária levou-o a planejar uma turnê em 2009.
De volta aos palcos
Pouco depois de sua morte, uma das primeiras iniciativas da empresa Michael Jackson Estate foi lançar "This is it", um filme reunindo as imagens dos últimos ensaios da turnê que arrecadou 200 milhões de dólares em todo o mundo.
Além disso, a Sony e seus advogados assinaram um acordo de US$ 200 milhões, de acordo com o The Wall Street Journal, para realizar sete álbuns em dez anos.
Vários contratos também foram selados com o Cirque du Soleil para o espetáculo "Michael Jackson The Immortal World Tour" e outro permanente "Michael Jackson One", no hotel casino Mandalay Bay, em Las Vegas.
Jackson voltou aos palcos no mês passado como um holograma durante a entrega dos Billboard Awards, em Las Vegas. Ele cantou "Slave to the Rhythm", uma canção gravada em 1991 e pertencente ao álbum "Xscape", lançado em maio. Quatro anos atrás, foi lançado "Michael".
Para Greenburg, a renda obtida com o cantor não tem precedentes. "Se você olhar para os números, eles ultrapassaram 700 milhões em cinco anos. Durante este tempo, nenhum artista vivo poderia arrecadar" essas receitas, disse à AFP.
"Independentemente de onde descansa o espírito do 'Rei do Pop', uma coisa é clara: a empresa Michael Jackson Inc. está viva e bem", diz o autor em seu livro.