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Flip ajudou a promover escritores de Paraty

O evento literário permitiu que a tradição da cidade saísse da oralidade e fosse para o objeto concreto, que é o livro

o evento literário permitiu que a tradição da cidade saísse da oralidade e fosse para o objeto concreto, que é o livro (Divulgação/AlugueTemporada)

o evento literário permitiu que a tradição da cidade saísse da oralidade e fosse para o objeto concreto, que é o livro (Divulgação/AlugueTemporada)

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Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2015 às 12h43.

Última atualização em 1 de julho de 2019 às 12h04.

Por séculos, Paraty foi uma cidade que mantinha suas histórias por meio da tradição oral. Mas, com a chegada da Festa Literária Internacional (Flip), em 2003, a relação da cidade com a literatura passou para outro patamar.

Quem faz a avaliação é a secretária de Cultura do município, Cristina Maseda. De acordo com ela, a Flip é um marco na história de Paraty e na dinâmica cultural da cidade, pois, além de promover o incentivo à leitura e equipar a cidade e as escolas com mais bibliotecas, fomentou a produção literária local.

De acordo com ela, o evento literário permitiu que a tradição da cidade saísse da oralidade e fosse para o objeto concreto, que é o livro.

“Surgiram autores, surgiu uma editora independente, que edita livros de autores de Paraty. Isso seria impensável antes da Flip. Hoje são quatro pontos de livrarias, todas as escolas têm livros, com um acervo maior ou menor, mas todas as escolas têm um acervo”.

O responsável pelo Selo Off Flip, Ovídio Poli Júnior lembra que a editora independente surgiu da ideia que ele teve de lançar um prêmio literário associado à festa. O projeto saiu do papel em 2006, de forma independente da Flip, porém apenas em 2008 foi possível lançar a primeira coletânea com os contos e as poesias vencedores.

“A gente começou como um selo, não era intenção de virar editora, era publicar os textos vencedores do prêmio Off Flip. Publicamos a primeira coletânea e resolvemos publicar o livro de um autor local, Flávio de Araújo. Nasceu assim o selo e, em 2009, começamos a publicar outros autores”.

De família de pescadores da Praia do Sono, Flávio era escritor antes mesmo da primeira edição da Flip, mas trabalhava como motoboy e se sentia excluído da festa. “Comecei a escrever para um jornal local, sem esperança de editar um livro. A maior festa literária da América Latina acontecendo no quintal da minha casa e eu não participar disso era muito frustrante”.

Após lançar seu primeiro livro de poesias, Zangareio, o primeiro da editora, Flávio teve a oportunidade de participar de eventos literários em outros estados e em outros países. Ele destaca que, além de uma realização pessoal, preserva a tradição da cidade de Paraty.

“Estamos em uma cidade turística, influenciada por vários movimentos, e o turismo deixa um legado às vezes bom, às vezes ruim. A cidade estava perdendo a sua oralidade e eu acho que contribui de alguma forma para preservar, reforçar essas raízes”, disse o escritor.

Para o editor Ovídio, a Off Flip é apenas um ponto de partida para os autores locais. “Não tenho dúvida que daqui a um tempo vamos ter autores que surgiram nesse movimento participando de mesas da Flip”.

Ele entende que os primeiros passos foram dados. “Hoje a gente é parceiro da Flip, eles divulgam o prêmio, tem um estande na Casa de Cultura desde o ano passado”, disse. Para ele, tudo isso é interessante porque a editora acabou virando uma janela para essa produção e para as culturas tradicionais”.

Editor Beto Coura

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