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Fim do iFood? Startup aposta na entrega de refeições feita pelos restaurantes

A Tagme, empresa de soluções digitais para restaurantes investe no Smartlink, plataforma que reúne serviços e diminui a dependência de aplicativos de entrega

Startup reúne diversos serviços para venda dentro e fora dos restaurantes em um único ambiente digital. (TagMe/Divulgação)

Startup reúne diversos serviços para venda dentro e fora dos restaurantes em um único ambiente digital. (TagMe/Divulgação)

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Julia Storch

Publicado em 24 de fevereiro de 2021 às 15h16.

Última atualização em 25 de fevereiro de 2021 às 08h17.

Tudo começou em 2009 com uma rede social especializada em vinhos, a WineTag. Virtualmente, os enófilos montavam harmonizações de bebidas e pratos e avaliavam as combinações feitas por outras pessoas. Além disso, a WineTag oferecia aos restauran­tes uma plataforma online para que os sommeliers montassem suas próprias cartas de vinho, com sugestões de harmonização, e emprestava aos estabelecimen­tos tablets para que os clientes pudessem visualizar os cardápios. 

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Dentro dos restaurantes, o CEO João Paulo Alves viu outra oportunidade de negócio para além das bebidas, a hospitalidade. E em 2014, converteu a WineTag para a Tagme, a fim de unir todas as jornadas do restaurante em um só lugar. Em entrevista à Casual, Alves conta sobre a implementação do serviço Smartlink.

Ainda no final de 2019, os sócios da Tagme buscavam um meio de lançar as primeiras jornadas de pagamento, de e-commerce e delivery aos restaurantes. Assim foi criado o Smartlink, um ambiente digital que reúne dezenas de funcionalidades, atividades e demandas da operação em um único link. 

Hoje em dia, a empresa está presente em mais de cem cidades do país e em mil restaurantes, desde chefs renomados como o Arturito de Paola Carosella e o D.O.M. de Alex Atala, à rede de comida japonesa, Temakeria e cia. “Nascemos para atender as necessidades dos restaurantes, com uma omnicanalidade, vendendo para dentro e para fora dos restaurantes, que através do e-commerce, garantem uma base gerada e fazem a comunicação com o cliente através de e-mail e sms personalizados”, conta Alves.

As diversas funções oferecidas pela Tagme através do Smartlink. (TagMe/Divulgação)

Lançado um pouco antes da pandemia, outro tema se tornou indispensável no mundo gastronômico: a entrega de refeições. Em 2019, no Brasil, apenas 9% das vendas de restaurantes eram feitas por entrega. Atualmente a porcentagem está acima de 30% do total, com previsão de que se mantenha assim ainda para 2021.

Além disso, a demanda pelos aplicativos de entregas disparou. Segundo pesquisa da startup de gestão de finanças Mobilis, os gastos dos brasileiros com as principais empresas do setor cresceram 103% no primeiro semestre de 2020. Porém, a relação entre os restaurantes e aplicativos nem sempre é tranquila, com reclamações de taxas cobradas que chegam até 30% por pedido. 

A Tagme não faz as entregas dos pedidos por delivery, mas oferece parceiros terceirizados aos restaurantes. Mas, em uma era em que os aplicativos de delivery oferecem ofertas aos clientes, quão vantajoso é para os restaurantes terem seu próprio sistema de entregas? 

Na pandemia houve corrida dos restaurantes às soluções mais rápidas para trazer receitas, como a aderência aos marketplaces. Porém, é um cenário adverso, com uma situação que mira a insustentabilidade. Os aplicativos têm uma logística falha e agora os restaurantes estão vivendo um momento de maturidade, em que está voltando a ser viável ter o próprio delivery, falando em restaurantes com ticket médio alto”, comenta Alves que não vê o fim dos marketplaces.

Com a pandemia, a Tagme também quebrou a cabeça em como resolver as dores dos clientes. “Não demitimos nenhum de nossos funcionários e oferecemos aos restaurantes um menu digital em QR code nas mesas e carta de bebidas digital”, comenta sobre as novas regras de combate ao covid-19. Hoje a empresa contabiliza 200 mil acessos por mês com menus através dos QR codes.

Neste contexto, houve um aumento de clientes reservando mesas antes de ir aos restaurantes. Segundo a startup, antes da pandemia um terço das reservas eram feitas online e dois terços por telefone. Atualmente essa relação se inverteu, e dois terços passaram a ser feitos de forma online. Com isso, mais 300 mil pessoas por mês reservaram mesas através das plataformas de reserva da Tagme.

“As pessoas não se sentem seguras ao ficar em filas, esperando para serem atendidos. A reserva de mesas antecipada é algo que vem crescendo no hábito do brasileiro. Gerando, assim, inteligência para a operação dos restaurantes, com dados que incluem desde o tempo médio de ocupação de cada mesa, horários de pico de reservas e entregas até calcular a compra de acordo com os pedidos, evitando desperdícios", comenta Alves se incluindo na porcentagem que prefere garantir seu lugar antes de sair de casa. 

A empresa foi pioneira em integrações com o Google na América Latina e vencedora dos prêmios Oi Tela Viva Móvel, na Categoria Internet of Things, em parceria com o Paypal (2016) e Moët Hennessy Innovation Awards, na Categoria Best Sales Innovation (2014). Agora, prevê para 2021 uma estabilização de um cenário já conhecido pelos restaurantes, e pretende lançar novas funções, como pedidos automatizados nas mesas com pagamento digital e ampliação nas plataformas de logística parceiras.

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