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Filme sobre Billie Holiday tem releitura de looks da cantora feito pela Prada

Foram 25 itens confeccionados especialmente para o longa, além disso 50 roupas foram garimpadas em brechós, e foram criados 250 figurinos para 99 atores e 3,2 mil figurantes foram vestidos com roupas de época

Andra Day em The United States vs. Billie Holiday. (Divulgação/Divulgação)

Andra Day em The United States vs. Billie Holiday. (Divulgação/Divulgação)

JS

Julia Storch

Publicado em 17 de fevereiro de 2021 às 08h59.

Glamour é a característica que define o figurino do filme Os Estados Unidos vs. Billie Holiday. Tanto que Anna Wintour, editora-chefe da edição norte-americana da revista Vogue, sugeriu para o diretor Lee Daniels que procurasse Miuccia. Assim a Prada reinterpretou os nove trajes mais icônicos da cantora para o longa-metragem. "Ela sabia que não daria errado com Prada. Eu ia me jogar aos pés de Miuccia porque ela é um gênio, mas não precisei. Ela admirava meu trabalho, e eu sou um grande fã dela, então ficamos entusiasmados", disse Daniels para a Vogue. A grife italiana também teve participação para retratar o luxo da moda na década de 20 em O Grande Gatsby.

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Além de Prada, o filme sobre Billie Holiday conta com o figurinista Paolo Neiddu que pode ser chamado de um especialista em glamour, pois ele foi assistente da figurinista Patricia Field nos dois filmes de Sex And The City e em Os Delírios de Consumo de Becky Bloom. Paolo também já tinha trabalhado com Lee Daniels na série Empire: Fama e Poder, exibida pela Fox de 2015 a 2018.

Apesar desse histórico de ostentação, a obra que retrata a vida da cantora de jazz não tem espaço para um uso fútil do luxo. Cada peça carrega um simbolismo e retrata a artista complexa que Miss Day foi. "O figurino tinha de ser mesmo tão potente quanto a história, porque a própria Billie Holiday tinha noção do quanto a roupa importava, ela usava a roupa como ativismo", diz Alice Alves, professora de figurino.

Para retratar as décadas de 1940 e 1950, a equipe da Prada recorreu aos arquivos da grife e aos registros fotográficos da época. No entanto, as roupas usadas pela atriz e cantora Andra Day para dar vida a Billie Holiday também foram atualizadas. De acordo com a maison italiana, foram usados os elementos mais fortes do DNA da grife vistos em todas as coleções. "Isso permitiu que a Prada desse um toque contemporâneo às roupas, sempre respeitando a época e a história do traje da época", afirmou a marca. A professora de figurino aponta que Prada e Holiday representam símbolos em comum: "Uma mulher poderosa, atemporal, clássica, glamourosa".

Entre as contribuições da Prada para o filme, estão um tailleur roxo inspirado nos anos 1940 e trajes de festa em organza de seda com silhueta dos anos 1950, com corpete bordado com penas; em seda amarela com manga comprida, drapeado geométrico e cristais aplicados seguindo motivos florais; em cetim metalizado vermelho com corpete; e um vestido coluna em cetim de seda marfim com decote em coração e cristais bordados.

As criações da grife são um ponto alto do longa, porém o figurino também envolve quantidades relevantes: 25 trajes foram desenhados e confeccionados exclusivamente para a produção; 50 foram garimpados em brechós e no E-Bay; foram criados 250 figurinos para 99 atores com fala; e 3,2 mil figurantes foram vestidos com roupas de época. Esses números foram compartilhados por Paolo Nieddu com o portal Deadline.

Cena do filme Os Estados Unidos vs. Billie Holiday, com os atores Andra Day e Tyler James Williams. (Prada Group)

Não podia ficar de fora de toda essa produção a gardênia branca que Billie começou a usar no cabelo para esconder fios que foram chamuscados por um modelador quente. Durante as gravações, foram utilizadas 60 gardênias brancas frescas para manter a marca registrada do visual da artista americana.

Outro recurso de moda adotado por Holiday para lidar com seus problemas pessoais foram as luvas, ela as usava para esconder as marcas nos braços causadas por sua dependência de heroína.

Mas o luxo para Miss Holiday era mais do que uma forma de esconder suas fragilidades. A opulência de casacos de pele e joias também era usada para marcar que ela, mesmo sendo negra, tinha conquistado um lugar que era reservado apenas para brancos.

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